A espera por um doador compatível de medula óssea pode levar meses, o que acaba por agravar a saúde do paciente. Embora o Brasil tenha o terceiro maior banco de doadores do mundo, com 4,7 milhões de cadastros, precisamos de rapidez para encontrar doadores compatíveis. Quanto mais o tempo passa, mais a saúde do paciente se agrava e suas chances de recuperação começam a diminuir.
O transplante consiste na substituição da medula óssea doente por células normais de um doador compatível, para que o paciente se recupere e volte a desempenhar as suas funções adequadamente.
Esse procedimento é indicado para casos de doenças do sangue, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, linfomas, anemias graves, hemoglobinoplatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, osteopetrose e talassemia major.
Reforçamos a conscientização sobre a doação e, também, sobre a importância de manter seu cadastro de doador sempre atualizado. Parece uma coisa simples, mas uma grande preocupação que temos é com o cadastro de doadores. Não são raros os casos em que surge um paciente compatível, mas os dados do doador são antigos e não conseguimos mais encontrá-lo.
O processo para se tornar um doador é simples. A pessoa deve procurar um hemocentro especializado e agendar uma coleta de sangue para análise. Depois disso, é feito um cadastro do doador no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Nesse sentido, é fundamental que os dados estejam sempre atualizados, e o site, inclusive, permite alterar as informações, quando necessário.
Apenas quando encontramos um paciente compatível entramos em contato com o doador para o procedimento de coleta. Esse processo pode ser feito de diversas formas, e todas são seguras e muito rápidas. Atualmente, o aperfeiçoamento de uma técnica tem beneficiado muitos pacientes com dificuldade para encontrar doadores totalmente compatíveis. O procedimento nos permite utilizar células-tronco de pessoas parcialmente compatíveis, combinadas com o uso de medicações.
O pai ou a mãe tem, necessariamente, 50% de compatibilidade com o paciente. A grande vantagem deste método é que podemos ganhar tempo, sem depender de outros doadores.
Precisamos reunir esforços para continuar promovendo o engajamento da população nesta causa tão nobre. Ser um doador de sangue e de medula é um ato de amor ao próximo!
*Dr. Rodrigo Santucci é hematologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e diretor de Relações Institucionais do Hemocentro São Lucas