Depois da volta à rotina após a pandemia de Covid-19, a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) que está ingressando no mercado de trabalho, passou a aderir ao movimento “quiet quitting”, ou popularmente conhecido como demissão silenciosa, na qual só realizam o mínimo necessário em seus empregos por não estarem satisfeitos com o modelo de trabalho, buscando mais qualidade de vida e saúde mental.
De acordo com uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria global Mckinsey, um em cada quatro entrevistados, ou seja, 25% da Geração Z afirmaram que se sentiram mais ansiosos no trabalho, sendo quase o dobro do percentual de entrevistados das Gerações Milênio e da X, com 13% cada. Ambientes de trabalho tóxicos, falta de reconhecimento e sensação de não ser valorizado são alguns dos motivos apontados.
Esse retrato mostra o quanto a situação tem sido crítica nas empresas. Por isso é fundamental que as organizações busquem estratégias e abordagens inovadoras para reverter essa tendência. Uma das alternativas é a utilização de novas tecnologias oferecidas pelo mercado, que proporcionam treinamentos corporativos por meio da gamificação que transformam a jornada em dinâmica e motivadora.
Ao trazer elementos de jogos em programas de treinamento, as empresas podem aumentar o engajamento dos colaboradores, além de criar um ambiente mais divertido e com união entre as pessoas, o que consequentemente não só melhora a retenção e troca de conhecimentos, como também promove o bem-estar emocional.
A gamificação tem como uma das características o feedback imediato, o que é um fator importante para a Geração Z, que está em constante evolução e busca de reconhecimento. Ademais, os jogos que incentivam a colaboração e a competição saudável podem fortalecer as softskills (habilidades comportamentais), criando uma cultura de apoio e inclusão, ajudando a mitigar o risco da demissão silenciosa.
Porém, a tecnologia não deve ser vista como uma solução mágica. As empresas precisam reconhecer que existem uma série de fatores que impactam diretamente nos altos índices de tunover. Para além dos treinamentos, é preciso mudar a cultura e investir em programas que abordam temas como: gerenciamento do estresse, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, comunicação eficaz e lugares de escuta e assistência psicológica, que ao serem integrados com a gamificação, trazem um olhar mais abrangente da jornada de desenvolvimento do colaborador.
Portanto, para evitar a demissão silenciosa da Geração Z, as organizações devem ter a saúde mental como o topo das prioridades, porque o futuro do trabalho começa hoje e exige inovação e adaptabilidade. Aqueles que investem no bem-estar dos colaboradores para além do digital certamente vão colher frutos de equipes mais motivadas e comprometidas, assim como serão mais competitivas no mercado ao reter talentos.
*CEO e Fundador do Qrani