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O uso da tecnologia na recreação infantil

Alessandro Tomazelli
Publicado em 27/11/2023 às 09:28.

A tecnologia já é algo intrínseco na sociedade. Esse crescimento proporciona experiências inovadoras e educativas, mas deve ser utilizada com cuidado principalmente quando estamos falando de menores de idade. Um estudo realizado pela TIC Kids Online Brasil, em outubro deste ano, revelou que a proporção de crianças com menos de seis anos de idade que tiveram o primeiro acesso à internet dobrou, tendo passado de 11% para 24% desde 2015.
Essa mudança pode ser vista especialmente dentro do setor da recreação infantil. Jogos eletrônicos e aplicativos interativos podem ser uma fonte de acesso para o desenvolvimento cognitivo, habilidades motoras e raciocínio lógico. Dispositivos como telefone, celular, televisão, computador e videogame são os mais usados pela faixa etária.
É importante que o setor recreativo traga a integração por meio de jogos como Just Dance e Smarty Pants, amplamente conhecidos no mercado. Segmentos voltados para esse nicho, como o de games, ganham destaque, tendo em vista que a projeção é de que a indústria ultrapasse a marca de US$2,8 bilhões até 2026, de acordo com a 23 ª edição da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2022-2026, realizada pela PwC. 
O mesmo relatório projetou que para os próximos cinco anos, em razão do crescimento e mudança de perfil do consumidor, atividades voltadas para o consumo e lazer devem crescer até 2026 uma receita de US$39,9 bilhões no Brasil e atingir uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR, na sigla em inglês) de 5,7%, maior resultado já projetado para o país no estudo. 
Isso vai de encontro com o fato de 95% das crianças entre 9 a 17 anos do país serem usuários  da internet, de acordo com a TIC Kids Online Brasil. Esse número equivale a cerca de 25 milhões de pessoas, devendo este uso ser controlado de modo que haja equilíbrio entre o mundo virtual e as brincadeiras tradicionais. 
Como dito anteriormente, o uso quando não feito de uma forma saudável pode ser uma faca de dois gumes. Seu excesso pode levar a problemas de saúde como sedentarismo e distúrbios do sono e a dependência de dispositivos que podem afetar as interações sociais e criatividade das crianças. 
Um estudo publicado pelo The Journal of the American Medical Association Pediatrics, constatou que bebês com um ano de vida, quando expostos a mais de 4 horas de tempo de tela, podem apresentar no mais tardar de seu desenvolvimento dificuldades de comunicação e raciocínio entre os 2 aos 4 anos de idade.
Outra preocupação é como esse uso desenfreado pode causar problemas psicológicos como ansiedade e impulsividades. Pais, recreadores e educadores devem sempre orientar as crianças no uso de novas tecnologias para garantir um crescimento saudável, sendo as brincadeiras tradicionais e ao ar livre uma parte essencial do bem-estar físico.

*Alessandro Tomazelli é formado em educação física, com pós-graduação em lazer e animação sociocultural. Fundou a Companhia do Tomate em 1996, empresa referência em recreação infantil com festas, family 's day, recreação em hotéis, restaurantes e estádios de futebol.

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