Afirmar que os últimos anos foram dominados por crises globais pode parecer um exagero, mas não deixa de ser verdade: tivemos colapsos sanitários e econômicos, que foram inicialmente desencadeados pela pandemia de covid-19, e, mais recentemente, pela guerra da Ucrânia, além da tensão no mundo político, com diversos embates entre diferentes governos, seus apoiadores e as oposições.
Esse cenário gerou vários desafios para as companhias de todos os segmentos e tamanhos, que viram seus negócios ameaçados em meio a tantas incertezas. Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2020 foram fechadas cerca de 75 mil lojas brasileiras devido aos impactos da pandemia.
Outros dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que os conflitos entre Rússia e Ucrânia devem custar US$ 2,8 trilhões à economia global até o fim deste ano. Além disso, foram e seguem sendo manchete nos jornais, portais e revistas de todo o mundo as demissões em massa protagonizadas por empresas e startups como Solfácil, Unico, Loggi, Nubank, Loft, Meta, Amazon e Google.
Apesar de fundamental, saber quais foram exatamente os motivos que levaram à instabilidade não torna mais fácil enfrentá-la. Porém, é essencial aceitar que eles existem e precisam ser encarados de frente. Nesse sentido, a postura adotada pelas empresas é o que vai determinar o quão efetivas serão as suas tentativas de superar essas dificuldades.
Diversos exemplos ao longo da história já provaram que os momentos de crise possuem um enorme potencial de trazer novas oportunidades, e são neles que se formam e desenvolvem ideias inovadoras e disruptivas, como é o caso da criação de companhias como a Microsoft, IBM, Avon, Sony e Disney – todas fundadas após períodos turbulentos e em tempos de desilusão.
Acredito que o primeiro passo para conseguir “aproveitar” desse cenário é entender o que precisa e pode ser melhorado internamente, e, a partir disso, traçar um planejamento estratégico com uma equipe qualificada que seja capaz de colocar os planos em prática.
Porém, é imprescindível que a busca por inovação seja prioridade nesse processo, pois é só por meio dela que serão criados produtos, serviços e soluções que de fato transformem a sociedade e atendam verdadeiramente aos seus desejos e necessidades. Crise não é e nunca será motivo de comemoração, mas encará-la como uma chance de evoluir é o que irá fomentar novas ideias, e esse é o único caminho para o sucesso.
*CEO da Sambatech e Samba Digital