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O Papa Francisco e a sombra da possível renúncia

Gregório José*
Publicado em 19/01/2024 às 23:41.

Perto de chegar ao 11º ano à frente da Igreja Católica, o Papa Francisco, líder carismático da Igreja Católica, surpreendeu o mundo ao cogitar a possibilidade de renunciar ao papado durante uma rara declaração fora do ambiente cerimonial do Vaticano. Durante uma entrevista no programa italiano “Che Tempo Che Fa”, transmitido no domingo (14 de janeiro), o pontífice admitiu que a renúncia “é uma possibilidade aberta”. Embora tenha assegurado que essa ideia não está no centro de seus pensamentos no momento, a mera menção desse cenário levanta questões sobre o futuro do papado.

Aos 87 anos, o Papa Francisco completou uma década à frente da Igreja Católica em 2023, marcando um período agitado. Participou de um sínodo, realizou cinco viagens durante o ano e enfrentou desafios relacionados à saúde. Quando questionado sobre seu estado, respondeu com bom humor, afirmando que ainda está vivo. Esses eventos, somados à idade avançada do Papa, aumentam a especulação sobre a possibilidade de uma renúncia.

Neste contexto, é crucial lembrar que a última renúncia papal ocorreu em 2013, quando o Papa Bento XVI surpreendeu o mundo ao renunciar, sendo o primeiro a fazê-lo em quase 600 anos. Bento XVI alegou falta de força física e mental para continuar à frente da Igreja Católica, dedicando-se à vida contemplativa até seu falecimento em 2022.

A declaração de Francisco, entretanto, parece distante de uma decisão iminente. O Papa destacou que a renúncia não é um pensamento, preocupação ou desejo presente, mas sim uma possibilidade aberta a todos os papas. Enfatizou que enquanto tiver vontade de servir, permanecerá no cargo.

A liderança de Francisco tem sido marcada pelo diálogo inter-religioso, combate à pedofilia na Igreja, defesa do meio ambiente e engajamento em questões sociais como imigração e pobreza. Seu possível afastamento levanta questões sobre o futuro da Igreja Católica e quem poderia sucedê-lo, considerando a influência e o estilo único que o Papa Francisco trouxe ao papado.

A especulação sobre a renúncia do Papa Francisco está intrinsecamente ligada à sua saúde, disposição e capacidade de continuar liderando a Igreja Católica. Enquanto o pontífice afirma que a renúncia não está no foco de seus pensamentos no momento, o mundo permanece atento aos desenvolvimentos que podem moldar o futuro da Igreja nos próximos anos.
Quem poderia substituí-lo na Sé?
Alguns dos cardeais são mencionados como possíveis candidatos a papado e, dentre eles está o cardeal Pietro Parolin (Itália), atual secretário de Estado do Vaticano, é considerado um diplomata habilidoso e tem experiência em lidar com assuntos complexos dentro e fora da Igreja.

O cardeal Marc Ouellet (Canadá) é o prefeito da Congregação para os Bispos, muito conhecido por sua erudição teológica e experiência administrativa.

Já o cardeal Christoph Schönborn (Áustria) é o atual arcebispo de Viena. Teólogo e líder carismático conhecido por suas posições moderadas e abertura ao diálogo, enquanto o cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) é o antigo arcebispo de Manila e tem uma abordagem centrada nas questões sociais. Putro sempre lembrando, principalmente neste momento é o cardeal Peter Turkson (de Gana) que preside o Pontifício Conselho Justiça e Paz, tendo se destacado em questões sociais, especialmente aquelas relacionadas à justiça e à paz.

É importante notar que a escolha do Papa é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo o contexto global da Igreja Católica, as necessidades percebidas da Igreja naquele momento específico e, claro, a orientação do Espírito Santo, de acordo com a crença católica

*Jornalista/Radialista/Filósofo

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