Mobilidade urbana

Rodrigo Petroni*
Publicado em 29/03/2022 às 00:01.Atualizado em 29/03/2022 às 09:41.

O Brasil ainda está atrasado em muitos quesitos frente a outros países, principalmente na questão de mobilidade urbana. Hoje enfrentamos as consequências de uma cultura que priorizou o investimento na indústria automobilística, então o deslocamento individual se tornou referência e o incentivo ao uso de outros modais não é uma realidade. Ligado a isso, o investimento em planejamento urbano voltado totalmente para carros colaborou para o surgimento de problemas de mobilidade que se perpetuam até hoje.

No contexto atual, os problemas enfrentados pelos brasileiros relacionados a mobilidade urbana ainda crescem - acidentes de trânsito, pouco investimento em transportes alternativos, falta de segurança e precariedade no transporte público. Os problemas são complexos, e é necessário um esforço de diversas frentes para que sejam amenizados. De uma forma geral, o país precisa da união de iniciativas inovadoras e grandes investimentos para que a população tenha mais qualidade de vida ao se deslocar.

Equiparar o Brasil com alguns países europeus referência em mobilidade chega a ser um jogo baixo. Holanda, Paris e Alemanha, por exemplo, são países mais velhos e que estão em um nível de maturidade bem maior, e a mobilidade também entra nesse processo de maturação. Além disso, em países menores e com uma densidade populacional também pequena, fica mais fácil controlar a circulação de pessoas nas cidades e ter um planejamento urbano voltado principalmente para pedestres e ciclistas.

Com dimensões territorial de nível continental e uma população que passou das 200 milhões de pessoas circulando, o Brasil sofre mais ao solucionar problemas de mobilidade urbana e teve dificuldade em acompanhar o rápido processo de urbanização. Em contrapartida, algumas medidas importantes podem ajudar a reverter esse cenário: investimento e incentivo do uso de transporte público - aumento da frota, aumento da qualidade dos ônibus e metrôs - diversificação dos combustíveis, aumento do número de ciclovias e redução de automóveis particulares são medidas importantes para começar a melhorar o deslocamento de todos em grandes cidades.

A tecnologia também é uma grande aliada para melhorar o transporte público. Já existe, por exemplo, o pagamento de tarifa através de um QR Code, que automatiza o dia a dia do passageiro, evita o contato com dinheiro, otimiza o pagamento e colabora com o meio ambiente, já que há a redução de emissão de bilhetes de papel. 

* CEO e cofundador da UPM2, startup paulista que desenvolve soluções para mobilidade urbana

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