O número de brasileiros no exterior chegou a 4,2 milhões, segundo dados Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 10 anos, o aumento foi de 36%. Dados da Polícia Federal confirmam: mais de 130 mil brasileiros deixaram o país e não voltaram no 1º semestre deste ano. Na Aquila Global Group, maior consultoria de mobilidade presente na Europa, EUA e Brasil, o aumento da procura por cidadania europeia e vistos americanos foi de quase 60%.
A maior justificativa dos brasileiros que buscam agora peticionar por uma cidadania estrangeira é ter um plano B, ou seja, uma alternativa para o futuro próximo. Muitos alegam que a depender do cenário que se consolidar no Brasil no próximo ano, pretendem ter a chance de deixar o Brasil de forma totalmente legalizada. Quem não tem intenção de deixar o país, quer enviar dinheiro ao exterior e proteger seus patrimônios.
Entre os cinco países com mais brasileiros, estão os Estados Unidos, com 1,7 milhão; Portugal, com 276 mil; o Paraguai, com 240 mil; o Reino Unido, com 220 mil; e o Japão, com 211 mil brasileiros. Como especialista em mobilidade global com 15 anos de experiência, nunca vi um movimento tão intenso em busca de uma outra cidadania. Muitos têm direito e não sabem. Tudo começa com a árvore genealógica.
Este momento de incertezas econômicas e políticas no Brasil está sim estimulando um número cada vez maior de brasileiros a buscar uma saída legal para outros países. Nos EUA, a oferta de mais de 130 vistos estimula as pessoas a encontrarem uma saída para dolarizar seus patrimônios. É uma rota de fuga que deverá capitalizar, em dólar, heranças e investimentos que sairão daqui do Brasil rumo à terra do tio Sam.
No Brasil, há mais de 30 milhões de brasileiros que são descendentes de italianos, por exemplo, com a grande maioria estando presente nas regiões sudeste e, principalmente, sul do país. Os três estados brasileiros com maior número de descendentes de imigrantes italianos são: São Paulo com 13 milhões de descendentes (representam 32,5% da população), Paraná: 3,7 milhões de descendentes (representam 37% da população) e Rio Grande do Sul: 3 milhões de descendentes (representam 27% da população).
*especialista em mobilidade global com 15 anos de experiência.