A Inteligência Artificial (IA) vem transformando empresas de diversos setores em todo o mundo, as quais estão adotando a IA para otimizar processos, oferecer experiências personalizadas, ampliar a performance e melhorar a tomada de decisões. Segundo o IDC Worldwide Artificial Intelligence Spending Guide, o investimento global em IA deve ultrapassar US＄ 200 bilhões em 2025. Com a capacidade de automatizar tarefas rotineiras e aprimorar processos, a IA pode fazer as organizações se tornarem mais eficientes e competitivas.

O Brasil, segundo estudo do SAS, feito pelo IDC, é o país que mais usa IA na América Latina, com mais 63% das empresas utilizando aplicações baseadas nessa tecnologia, acima da média de 47% na região. Os setores mais avançados nesse uso são o financeiro, o varejo e a manufatura. Outro dado é que 90% das organizações brasileiras investem em dados e ferramentas analíticas para identificarem tendências e padrões de consumo, percentual mais elevado que o da América Latina, com média de 60%. O estudo destacou ainda que o Brasil lidera, com 84%, utilização de dados, inteligência analíticas e IA em termos de confiabilidade e segurança das atividades empresariais.

As transformações da IA também estão atingindo as relações de consumo e, no varejo, chatbots e assistentes virtuais têm sido uma das mais bem-sucedidas aplicações da IA. Algumas empresas têm se destacado na utilização dessas ferramentas para melhorar a experiência do cliente, facilitando consultas, recomendações de produtos e resolução de problemas. Isso tem contribuído para a fidelização dos consumidores e o aumento das vendas.

A IA viabiliza a personalização dos esforços de marketing e vendas, usando análise de dados para alcançar os clientes no melhor momento. Essa abordagem permite aumentar as vendas e a satisfação do consumidor, gerando uma vantagem competitiva significativa. A IA também pode ajudar na geração de leads, tornando as vendas mais simples e fornecendo previsões comerciais mais precisas. Na saúde, a Inteligência Artificial é usada em apenas 3% dos estabelecimentos brasileiros do setor, revela a pesquisa TIC Saúde. A publicação também analisou o uso da robótica, presente em 4% das unidades de saúde, e do blockchain, usado por 1% dos estabelecimentos.

Importante destacar que a IA tem sido aplicada ainda na detecção e prevenção de fraudes no comércio eletrônico. Empresas de pagamentos usam sistemas de IA para analisar transações em tempo real e identificar atividades suspeitas, protegendo consumidores e comerciantes. Sobre preocupações relacionadas à privacidade e à segurança dos dados dos consumidores, a coleta massiva de informações para alimentar algoritmos amplia o debate sobre uso e proteção dos dados. É fundamental tratar de privacidade, segurança e impacto social dessas tecnologias. Mesmo seguindo operações éticas e sustentáveis, a IA pode revolucionar as relações de consumo, proporcionando experiências mais personalizadas e eficientes para os clientes.

Investir em dados e IA oferece vantagens, mas as empresas precisam de estratégia e equipes qualificadas para executarem os objetivos de negócios. Atualmente a IA generativa tem se destacado e despertado o interesse de executivos de diferentes setores para criar conteúdo original, como imagens e textos, entre outros. Com as relações de consumo cada vez mais baseadas em interações entre pessoas e empresas, a IA faz as organizações se anteciparem aos desejos dos consumidores e apresentarem recomendações assertivas. A IA pode ainda automatizar tarefas rotineiras, liberando os profissionais para outras atividades mais estratégicas. Há um ganho direto de personalização e experiência para os clientes, e de receita para as empresas.

*Sócio de Mercados Regionais da KPMG no Brasil.

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