Gestores do futuro

Ricardo Voltan*
30/04/2022 às 00:05.
Atualizado em 30/04/2022 às 10:05

Com tantos estímulos não-estruturados, novas tecnologias e diversidades socioculturais, a lacuna em relação ao futuro fica cada vez maior. O mundo não é conteudista e regrado. O mundo é um mar de desafios. Os futuros gestores estão cheios de questionamentos, não falo de gerações pré-definidas, mas sim de pessoas, de colaboradores experientes que se questionam sobre: quem ele é, e o que ele não é?

Um levantamento feito pelo International Stress Management Association (Isma Brasil) apontou que 72% dos entrevistados estão insatisfeitos com o trabalho. E as questões se acentuaram principalmente pelo home office, por ter diminuído o contato humano e aumentado a carga de trabalho. Por outro lado, viu-se o nascimento do movimento YOLO – “You only live once” (Você só vive uma vez, na tradução literal). Esse movimento vem trazendo cada vez mais adeptos e define que não se deve continuar infeliz fazendo algo que não se gosta quando é possível viver com um propósito maior.

Que propósito é esse? Tenho que pedir demissão agora? Não, em primeiro lugar, antes de mudar: se conheça. Entenda quais são suas competências e suas habilidades. O resultado: você vai conhecer alguém que nem imaginava. Uma pessoa com capacidades de assumir desafios. A partir desse momento, é possível enxergar diversas alternativas, elas estavam dentro de você, que podem ser ficar na empresa, mas com um olhar completamente novo, ou sair da carreira que trilhou e buscar algo completamente novo. Não existe certo ou errado, escolha o caminho e assuma as suas decisões, seja qual for, ela terá sempre consequências. Tenha foco, disciplina e determinação.

E a corporação? O home office trouxe aos colaboradores as sensações de liberdade, e não estar sendo vigiado, trazendo autonomia e a sensação de respiro. Cabe aos líderes uma reflexão ao estilo de guiar o time, pode ser que o problema nem seja dos líderes, o sucesso pós lockdown e restrições de acesso depende da capacidade dos times de RH, em conjunto com a liderança da empresa, de pensar e liderar de maneira diferente. Uma abordagem mais centrada no colaborador criará um ambiente positivo e uma força de trabalho mais leal.

Para isso, é preciso prestar atenção em cada colaborador. A organização precisa não apenas falar com cada um deles, mas também ouvir e aprender abertamente. Construir e apoiar processos que permitam compartilhar feedbacks honestos pode ajudar a identificar tendências, lacunas e oportunidades. Essa abordagem também pode revelar preocupações antes que afetem negativamente a retenção.

Ouvir “eu desisto” de um colaborador importante é capaz de dar arrepios a qualquer um. Essas pessoas precisam avaliar melhor a ideia de que será bom abandonar sua organização atual pelo que esperam ser um futuro melhor em outro lugar.

Minha reflexão a você é: Onde você afia sua espada do conhecimento? Onde é sua arena? Onde você se desafia?

*Investidor anjo, empreendedor, mentor e conselheiro de negócios

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