O Brasil é um dos destinos mais escolhidos por empresas de língua espanhola que desejam expandir suas operações. O espanhol vem ganhando notável protagonismo diante da necessidade de desenvolver novas capacidades linguísticas entre equipes de diferentes nacionalidades latinas, sobretudo por se tratar de um idioma cuja estrutura é semelhante ao português. Para que as empresas cresçam de fato é preciso que suas pessoas dominem o idioma de verdade, o que requer alguns anos de estudo.
Pelo fato de se derivarem da mesma língua, o latim, o português e o espanhol têm muito em comum. Essa familiaridade ajuda muito na aprendizagem do espanhol por parte dos falantes do português brasileiro - aliás, é mais fácil para um brasileiro aprender espanhol do que um falante de espanhol aprender português.
A América Latina está se posicionando como um pólo promissor de startups e inovação perante outras regiões do mundo. Entre 2017 e 2021, a região captou mais de US$ 36 bilhões em investimentos, resultando em 34 startups unicórnio — ou seja, empresas com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Esses dados foram mencionados por Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank e colunista de uma grande publicação de economia.
Todos os países que fazem fronteira com o Brasil têm o espanhol como língua oficial, com a exceção apenas da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Isso é importante não somente do ponto de vista econômico e comercial, quanto também cultural e social, já que compartilhamos culturas similares.
A América Latina como um todo está crescendo exponencialmente. O México se tornou um dos novos líderes: as 500 maiores empresas do país tiveram vendas de quase 20,5 bilhões de pesos em 2021, 14,2% a mais do que no primeiro ano da pandemia. O mesmo está acontecendo com a Colômbia e também com a Argentina.
Sabemos que treinar equipes com aulas de língua espanhola está se tornando uma clara necessidade para o Brasil a fim de capacitá-las e expandir-se para estes mercados. Na nossa plataforma, 30% dos alunos brasileiros têm um nível avançado de inglês, e 60% têm, pelo menos, um nível intermediário de espanhol; enquanto isso, no restante da América Latina, há um nível melhor de inglês, mas poucas pessoas têm pelo menos um nível de português.
Isso mostra que já percebemos o quanto esse aprendizado é valioso. E estamos no caminho certo.
(*) Martin Perri é CEO e fundador da Nulinga