Direitos humanos e inclusão

André Naves*
Publicado em 13/12/2022 às 21:41.

Os direitos humanos constituem o feixe de prerrogativas inerentes à essência da pessoa humana: vida, liberdade, propriedade (de tudo o que é próprio da pessoa), segurança (ausência de violência, mas também, segurança alimentar, institucional, religiosa) e igualdade (cada indivíduo se desenvolve livre e oportunamente).

A garantia dos direitos humanos - um trabalho permanente e que sempre demanda aprimoramento -, pode ser resumida na noção de inclusão social, com a eliminação das estruturas sociais que mantém grupos historicamente excluídos e marginalizados do seio social. E com o fim de tais barreiras, haverá, sem dúvida, o desenvolvimento exponencial das capacidades intelectuais, criativas e produtivas das pessoas.

No fundo, o atual paradigma “ESG” (environmental, social e governance) significa a edificação de uma sociedade que se organize de maneira ambientalmente sustentável, socialmente inclusiva e governativamente transparente. Em síntese, denota a promoção realizadora dos direitos humanos.

Para que a sociedade passe a prosperar, é necessário que o pilar ESG paute, enquanto um todo, o desenvolvimento econômico privado. Empresas mais inclusivas, em que cada funcionário se sente pertencente a um todo maior e valorizado, são as que mais prosperam. No mesmo sentido, estudo da Mckinsey demonstrando a necessidade da diversidade inclusiva perante as posições de liderança, chegou à mesma conclusão: a inclusão social e a redução das desigualdades são os pilares centrais do desenvolvimento empresarial, social e individual.

O mundo empresarial, inclusive o brasileiro, já tem se atentado a essa evolução paradigmática. O setor nacional de aço tem certificado toda a cadeia produtiva. Diversas outras empresas e empreendedores têm, a partir de posições privadas, em conjunto com setores do mundo político, pautado o estabelecimento de políticas públicas, como o marco nacional sobre direitos humanos e empresas.

Esses movimentos, ainda tímidos, tendem ao crescimento nos próximos anos, já que a efetiva inclusão social, motor fundamental do “ESG”, é essencial à capacitação individual e coletiva, que fomenta a criatividade e as inovações.

Em resumo, pautar-se pelos critérios “ESG”, fomentando a concretização dos direitos humanos, é um bom negócio!

*defensor público federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais

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