Desafios e futuro da monarquia britânica

Eduardo Fayet*
Publicado em 20/09/2022 às 22:28.

Os grandes acontecimentos na humanidade lançam muitas questões, dúvidas e reflexões sobre o futuro do mundo. Essa característica única dos seres humanos diferencia-nos pela capacidade de racionalizar e elaborar uma série de perspectivas, possibilidades e tendências sobre o que poderá, a curto, médio e longo prazos, modificar nossa realidade e a vida cotidiana.

O episódio ocorrido no último dia 8 refere-se ao fim da longa e interessante vida da Rainha Elizabeth II, que nos leva a pensar e questionar sobre o que acontecerá a partir de agora e o quanto as coisas estão mudando. A permanência longínqua no reinado de Lilibet, apelido carinhoso de infância, trouxe sensação de continuidade, estabilidade e equilíbrio entre tempo, acontecimentos e condições contextuais existentes, que agora foi modificada.

Na perspectiva do Reino Unido, a situação não é somente de mudança, mas de instabilidade e preocupação quanto ao futuro do país e da Commonwealth, Comunidade das Nações. As raízes da Commonwealth remontam ao Império Britânico e constitui-se uma associação voluntária de 56 países independentes e iguais, liderada pelo Reino Unido, sendo que em algumas dessas nações o chefe de Estado é o monarca da Inglaterra, papel exercido ao longo de 70 anos pela Rainha Elisabeth II, agora sob a liderança do Rei Charles III.

A situação global se difere bastante, pois conta, atualmente, com um conjunto de características de populações, forças econômicas e geopolíticas e a presença cada vez mais constante, dependente e necessária da tecnologia na humanidade.

Uma mudança na forma de abordar e tratar os liderados em todo o mundo é o primeiro desafio que se impõe ao Rei Charles III, demandando alterações estratégicas no atual modelo de gestão de “A Empresa”, designação ao negócio realizado sob a marca e imagem da família real britânica. Até o fim do reinado de Elizabeth II, estes negócios eram baseados na positiva popularidade da rainha.

É notável que, agora, a situação do Reino Unido, como uma potência mundial, é frágil e desafiadora. A morte da rainha Elizabeth II, somada às instabilidades vivenciadas no Reino Unido como a troca de primeiros-ministros, queda da importância relativa da moeda, crise energética e econômica na Europa, problemas climáticos e guerras em países vizinhos, marcam um ambiente de incertezas e instabilidade no cenário internacional atual.

* professor de Relações Institucionais e Governamentais

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