Depressão em idosos

Alessandra Augusto*
Publicado em 29/11/2022 às 22:06.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos seis a cada 100 pessoas, entre 65 e 74 anos, serão diagnosticadas com depressão. Além disso, estima-se que 85% dos idosos residentes em países em desenvolvimento não têm acesso a tratamento de saúde adequado para a depressão.

No idoso a recorrência das queixas é um sofrimento sem justificativa, o percebemos mais apático nas suas funções diárias, além de queixas recorrentes de dores físicas e tonturas. Porém, quando a pessoa mais velha busca um médico não existe justificativa para tais sintomas, não se fecha um diagnóstico, e com isso já se pensa em sinais e sintomas dentro de um quadro depressivo.

A depressão no idoso é um fator muito sério. Existe um tabu que o idoso não tem ou não sofre com depressão. Muitas pessoas cometem o suicídio e entre eles estão os idosos. Temos dois fatores de risco que são os biológicos e os socioambientais que podem levar à depressão em idosos.

A população idosa tem uma resistência maior em buscar ajuda. Ainda existe um estigma na sociedade sobre o tratamento da saúde mental. Hoje temos mais espaço para falar sobre esses assuntos, mas o preconceito ainda é grande, pois ainda existe o receio de serem rotulados como transtornados ou loucos. 

Nesse momento é fundamental a ajuda da família. Primeiro, porque vai identificar o problema. Segundo, porque vai apoiar na busca por tratamento. Vale ressaltar que os parentes próximos também vão acompanhar nas consultas. Por exemplo, caso tenha alguma resistência do idoso, a família acompanha, incentiva e retira as desconstruções relacionadas a essa crença de que quem cuida da saúde mental são os transtornados ou loucos. É importante reforçar que cuidar da saúde mental é necessário em qualquer idade.

Em relação ao tratamento, há casos que não acumulam muitas patologias ou comorbidades. É importante incentivar a pessoa a estar mais presente socialmente, fazer caminhadas, praticar algum esporte, melhorar o físico e estar ativo socialmente. Além disso, ele deve procurar uma psicoterapia ou terapias alternativas como musicoterapia e dançaterapia, o que permite a pessoa estar mais ativa.

Caso essas terapias não funcionem, sugiro procurar um psiquiatra para inserir medicações. A família é muito importante nesse momento no olhar e no cuidado. Qualquer desconfiança de um quadro depressivo, busque um psicólogo.

*psicóloga e neuropsicóloga

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