Década do Trânsito: o que está sendo feito?

Rodrigo Amaral - Diretor de Operações da Arval Brasil
Hoje em Dia - Belo Horizonte
29/11/2018 às 05:39.
Atualizado em 28/10/2021 às 02:26

A Década de Ação pela Segurança no Trânsito, lançada pela ONU em 2011, já está na sua reta final, pois encerra-se em 2020, porém ainda não há muito o que se comemorar. No Brasil, ocorreram alguns avanços, mas ainda incipientes. Quando olhamos os dados do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), por exemplo, foram 41.150 indenizações por morte e 284.190 por invalidez em 2017, números muito altos.

No mundo, a cada ano 1,3 milhão de pessoas morrem por conta de uma colisão no trânsito, sendo que mais da metade dessas não estão em um carro, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Empresas, poder público e cidadãos têm uma grande parcela de responsabilidade para mudar esse cenário. E o que está sendo feito para mudar? Como as empresas podem contribuir?

A década foi pensada como um marco para que todos se envolvessem para proporcionar mecanismos que levassem a um trânsito mais seguro. E somente neste ano o Brasil criou o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões de Trânsito, o chamado Pnatrans. Esta medida, além de atrasada, ainda é muito pequena se realmente queremos colecionar bons resultados ao final da década. É preciso que o poder público, seja em nível municipal, estadual ou federal, realmente abrace a causa e trabalhe em prol de uma melhoria efetiva.

Além disso, o país precisa ter informações compiladas para saber ao certo quantas pessoas perdem a vida por ano no Brasil no trânsito. Os dados são fundamentais para a criação de políticas públicas permanentes para ajudar a reduzir estas mortes. Cabe também ao Estado o papel de orientação, fiscalização, sinalização adequada das vias e prevenção.

Educação e informação também devem começar desde cedo, do ensino para os pequenos para que respeitem as regras de trânsito, seja na hora em que estão pedestres, passageiros ou depois como motorista.

Quanto ao setor privado, cabe o papel de reforçar a cultura de um trânsito mais seguro. Criar mecanismos de treinamento adequado para que todos em uma companhia tenham o mesmo modo de agir no trânsito, seguindo todas as regras no dia-a-dia.

Ajudar a disseminar a informação sobre os riscos sobre beber e dirigir, criar tecnologias que inibam esse comportamento no trânsito, fazer campanhas de educação, reforçar o uso do cinto de segurança, como item fundamental sempre.

Outra medida é incentivar prêmios de comportamento positivo para os que não possuem multas. Orientar para que funcionários sigam as regras de trânsito, por exemplo, evitando o uso do celular ao volante.

Quando colaboradores se envolvem em acidentes há perdas significativas no trabalho e uma série de consequências que acarretam em afastamento permanente ou até morte.

É importante ressaltar ainda que é dever de todos o envolvimento nas políticas e ações para que o trânsito seja mais seguro para toda a população em qualquer parte do mundo. Compartilhar essas responsabilidades entre poder público, entidades privadas e envolver a população vai gerar um trânsito melhor e com menos problemas para todos.

Que a década seja realmente uma oportunidade de diminuirmos mortes e termos mais segurança nas nossas vias.

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