“Boom” de dupla cidadania

Lucas Lima(*)
Publicado em 18/08/2022 às 21:53.

O número de brasileiros no exterior chegou a 4,2 milhões, segundo dados recentes do Itamaraty. Em 10 anos, houve crescimento foi de 36%. Dados recentes da Polícia Federal confirmam este movimento, mais de 130 mil brasileiros deixaram o país e não voltaram no 1º semestre deste ano, quando houve aumento de 40% na procura por novos pedidos de dupla cidadania. E mais de 100 ligações diárias na Aquila Oxford Group, a maior consultoria de mobilidade global nos EUA, Brasil e Europa.

A maior justificativa dos brasileiros que buscam agora peticionar por uma cidadania estrangeira é ter um plano B, ou seja, uma alternativa para o futuro próximo. Muitos alegam que a depender do cenário que se consolidar na eleição de outubro, querem ter a chance de deixar o Brasil de forma totalmente legalizada. Quem não tem intensão de deixar o país, quer enviar dinheiro ao exterior e proteger seus patrimônios.

Como especialista em mobilidade global com 15 anos de experiência, nunca vi um movimento tão intenso em busca de uma outra cidadania, que reflete uma maior preocupação para entrar pela porta da frente em países da Europa e nos Estados Unidos. Também obter mobilidade e livre trânsito a mais de 180 países, bem como potencializar o fluxo de capitais de um país para outro.  

Este momento de incertezas econômicas e políticas no Brasil está sim estimulando um número cada vez maior de brasileiros a buscar uma saída legal para outros países. Nos EUA, a oferta de mais de 130 vistos está fazendo com que as pessoas encontrem uma saída para dolarizar seus patrimônios e manterem-se com um “pé” nos EUA. Em países da Europa, a oferta de investimentos do governo para empresas e apoio para quem tem passaporte europeu são irrecusáveis.  

A maioria dos jovens que está em busca de uma dupla cidadania hoje, fez intercâmbio ou visitou por diversas vezes inúmeros outros países. Esta vivência internacional faz com que a maturidade e confiabilidade neste processo de internacionalização seja maior que na geração de seus pais.

No Brasil, há mais de 30 milhões de brasileiros que são descentes de italianos, por exemplo, com a grande maioria estando presente nas regiões sudeste e, principalmente, sul do país.  

Números que provam o impacto que uma migração legal em massa de mão de obra e capitais teria para o Brasil.  

(*)especialista em mobilidade global 

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