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Sábado,21 de Setembro
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Bem-vindo o ano de 2023. Há muito o que fazer

José Anchieta da Silva*
Publicado em 02/01/2023 às 21:52.

Despedindo-nos do ano de 2022, marcado pelo abrandamento da pandemia (e seu esperado desaparecimento); pela retomada das atividades econômicas e sociais a razoáveis níveis de normalidade; pela ativa participação da sociedade e seus moderníssimos meios de comunicação nas mais disputadas eleições que a história do Brasil já realizou, na escolha de deputados, senadores, governadores e de presidente da república; nesse quadro, é preciso abraçar com necessário otimismo o ano de 2023, que já entra portas a dentro de nossas vidas.

Da pandemia ficaram lições extraordinárias. A ciência demonstrou, de modo efetivo e salvador, sua capacidade de, na medida do possível, mitigar o mal. A sociedade, de um modo geral, se viu obrigada a mudança de hábitos, num rearranjo do modo de fazer as coisas, de transitar e de responder às suas responsabilidades pessoais. Precipitou-se algo que os pensadores pregaram, inaugurando-se, nesse tempo novo, a prestação dos serviços pelo sistema de home office. 

As reuniões, agora por sistemas virtuais, manifestaram seu charme, sua oportunidade e uma reconhecível mudança de custos em sua realização, sem perda de eficiência, em termos gerais. Ficou mais valorizado, quando dos encontros pessoais, o sorriso, o abraço e a celebração da saudade até daqueles que são vizinhos. Esse ponto merece, celebrativamente, um viva a vida!

A retomada das atividades econômicas impôs a todos os setores um oportuno (re)aprendizado, valorizando o e-commerce, os métodos delivery, a redistribuição de tarefas, dentre outras modificações pontuais, de acordo com cada atividade.

Do processo eleitoral se recolhe lições mais fecundas em relação à democracia que necessita ser protegida e, na medida própria, reaprendida por parte dos cidadãos e das hostes políticas, em todas as instâncias de poder. A obediência ao sistema jurídico (rectius: obediência às leis) é algo que não se exige apenas do cidadão comum, mas, e principalmente, de cada uma das autoridades. Os defeitos e as vicissitudes do sistema, merecendo correção de rumos, necessitam ser corrigidas, mas, a maneira de corrigir as leis e de redisciplinar as instituições (as públicas e as privadas) começa pela necessária obediência à ordem instalada (não nos esqueçamos da melhor definição de Direito como uma “ordem da sociedade”, acrescentando-se a esta que o Direito é composto de partículas da realidade). 

O respeito às autoridades é um imperativo da vida, forma única de se evitar a anarquia. O Brasil tem se revelado um país doente. Carece, urgentemente, de modificações estruturais, dentro daquilo que pregado através do “Segundo Manifesto dos Mineiros”, nascido no âmbito da ACMinas e que aponta para a necessidade de uma reforma do Estado (uma reforma continente) abrigando, dentro dela, a reforma política, a reforma financeira e orçamental, a reforma tributária, a reforma da educação (só a educação transforma as pessoas), a reforma do sistema de segurança, o enfrentamento, de verdade, da realização de obras de infraestrutura indispensáveis ao verdadeiro crescimento (são reformas de conteúdo).

No plano interno da nossa instituição, que estará a celebrar 122 anos de ininterrupta atividade, muito se realizou através do empenho de todo o seu grupo de dirigentes e colaboradores, dos dezoito Conselhos Empresariais e dos quatorze grupos de trabalho: sobressaíram, dentre as realizações, os eventos em parceria com o SEBRAE-MG, a orientação aos associados com relação às novas obrigações derivadas da Lei de Proteção de Dados e a mudança de sua sede, após cem anos de morada na Avenida Afonso Pena.

Para o ano porvir, já estão em andamento mais de uma dezena de projetos, com destaque para o trabalho em elaboração em relação à uma nova visão da cidade-metrópole (trabalhando com a cidade de Belo Horizonte como modelo e como paciente); convênios vários com outras instituições; a criação do curso superior para os agentes do comércio; a retomada dos Cafés Parlamentares que a pandemia interrompeu. 

No plano institucional, para além das fronteiras internas, a ACMinas quer contribuir no encaminhamento da solução relacionada à dívida do Estado de Minas Gerais, naquilo que se refere ao projeto de “Recuperação Fiscal do Estado” e no plano federal, estaremos presentes no debate da ansiada “Reforma Tributária”. A voz das instituições privadas (não governamentais) precisa ser ouvida, principalmente em Brasília.

É com este espírito, de ânimo renovado, de contribuição e de não-ausência que a ACMinas enfrentará o ano de 2023, sem receio de suas curvas e de suas encruzilhadas. Aos empresários não cabe temer, pois esse verbete não é boa companhia para o empreender. Todos, mãos à obra. Amanhã será melhor. Tenhamos certeza.

*presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas)

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