Logotipo O Norte
Domingo,11 de Maio

Agro mais que pop!

André Naves*
Publicado em 29/06/2022 às 21:18.

Mesmo sendo injustamente tratado como a “Geni” brasileira, o agro continua liderando o Brasil rumo a um novo padrão de desenvolvimento, em que a sustentabilidade ambiental, coordenada com a melhoria de índices sociais, serve como parâmetro mundial de prosperidade e de trabalho decente e justo. Claro que ainda existem enormes avanços a serem construídos, mas é um dos setores em que o Brasil atua enquanto líder mundial na implementação das melhores práticas ambientais, sociais e de governança, também conhecidas como coluna “ESG”.

Criminosos há, entretanto, travestidos de produtores rurais, que destroem a natureza e violentam os povos e saberes tradicionais. Buscam o lucro do extrativismo e da especulação fundiária, criando ínfimas cabeças de gado e plantando poucos pés de alguma cultura para justificarem a irregular titulação fundiária. Esses bandidos devem ser severamente responsabilizados.

O agronegócio brasileiro difere diametralmente dessa barbárie, buscando o desenvolvimento de mecanismos transparentes de governança que combatam esse tipo de criminalidade privada que só existe enquanto cultivada sob o manto da corrupção pública. Por isso, posturas danosas são combatidas diuturnamente – como reconhecido no painel “Accelerating a just rural transition to sustainable agriculture”, na COP-26 –, com ações de reflorestamento e preservação coordenadas com práticas produtivas agropecuárias. A verdade é que o agro nacional é exemplo de postura ESG para o mundo, como referido no painel citado.

O agro brasileiro é responsável pela preservação de 33,2% das áreas ambientais no país. Os dados são resultado de um novo estudo divulgado pela Embrapa Territorial que mostrou que cerca de 1/3 das áreas protegidas no país estão dentro das propriedades rurais. Outro dado relevante mostra que, em média, 49,4% das áreas das propriedades estão sendo utilizadas para atividade agropecuária, ou seja, praticamente metade fica preservada. Ao todo, o estudo da Embrapa indica que o Brasil possui mais de 66% de áreas protegidas e preservadas.

A produtividade do agro brasileiro foi a que mais cresceu no século 21, perfazendo índices de crescimento médio de 3,18% ao ano. Reflexo dessa melhoria produtiva é a otimização no uso de defensivos agrícolas. Pesquisa recente, divulgada em evento organizado pela FAO/ONU, Embrapa, Abag e Andef, mostra que o Brasil é um dos países com alta produção agrícola que menos utiliza químicos, proporcionalmente à sua produção. O aumento de produtividade reflete-se, outrossim, na vida do trabalhador rural. Dados recentes do IBGE mostram que houve melhora consistente nos indicadores sociais desses trabalhadores.

Para que o agro continue sendo, cada vez mais, o motor “ESG” do Brasil, é necessária uma melhoria institucional que valorize a produtividade agropastoril de maneira mais inovadora e tecnológica. Hoje, o Agro é Justiça, Inclusão e Sustentabilidade, e reúne potencialidade para ser muito mais!

*Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais, escritor, professor e palestrante.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por