Vamos falar sobre a queda de idosos, uma questão que merece tanta atenção quanto aquela escorregada no banheiro. E, claro, falando nisso, não há como deixar de lembrar do episódio recente envolvendo um senhor de 78 anos, popular entre o povo e morador de uma certa residência presidencial em Brasília. Sim, ele mesmo. Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da República. Escorregou e caiu no banheiro – e a verdade é que isso é mais comum do que se imagina.
Para quem ainda acha que uma queda é só um tropeço bobo, um descuido de quem anda sonhando acordado, é bom abrir os olhos e segurar no corrimão: só de janeiro a agosto deste ano, o Brasil registrou mais de 117 mil internações de idosos por causa de quedas. Dá para acreditar? São cerca de 20 tombos por hora! É quase como se, a cada três minutos, um senhor ou senhora decidisse desafiar a gravidade — e perdesse. E olha, nem todos esses casos terminam com um “tá tudo bem” e um sorriso sem graça. Muitas vezes, a coisa é séria, e o resultado são fraturas complicadas, dores que não passam e, em alguns casos, até a perda permanente da mobilidade.
E antes que alguém diga “ah, isso só acontece com quem não se cuida”, vale lembrar: quedas não escolhem vítima. Homens e mulheres, todos estão na mira do escorregão fatal. Só que, justiça seja feita, as mulheres estão em maior risco. Por quê? Bem, a culpa é de um combo de fatores: problemas de visão, diabetes e, principalmente, osteoporose. Se o osso está frágil, um tropeço vira uma tragédia. Quando se trata de quedas, as mulheres têm um talento involuntário para desafiar as leis da física de maneira arriscada.
Agora, qual é o local mais traiçoeiro da casa? Nazaré Tedesco (Senhora do Destino) que o diga: Não é a escada nem o tapete da sala. É o banheiro! Isso mesmo. Piso molhado, sabão, aquele cheiro bom de limpeza e, de repente, pá! — lá vai alguém tentando recriar um balé russo sem querer. E o pior é que tudo isso poderia ser evitado com umas adaptações simples: tapetes antiderrapantes, barras de apoio e, quem diria, um bom par de chinelos. Porque nada mais ridículo do que um tombo épico enquanto você está, digamos, só tentando fazer a higiene matinal.
As quedas refletem um estilo de vida que, na terceira idade, acaba sendo mais parado que fila de banco na segunda-feira. O sedentarismo é uma praga séria entre os idosos e, quanto menos eles se movimentam, maior é a chance de um tombo. Por isso, mexer o esqueleto não é só recomendável; é necessário. Caminhadas curtas, subidas de escada, uns alongamentos no quintal... qualquer coisa vale para afastar o risco de acabar testando a resistência do chão.
O recente episódio com o presidente Lula da Silva é um lembrete muito claro: quedas podem acontecer com qualquer um. E aqui não importa se você é presidente, aposentado ou sênior do dominó na praça. Todos estamos a um passo (falso) de descobrir que o chão chega mais rápido do que imaginamos. Envelhecer é inevitável, mas cair, com um pouco de precaução, não precisa ser.
*Jornalista/Radialista/Filósofo