A nova forma de aprender!

Leila/Délcio
02/03/2019 às 03:30.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:48

O Vale do Silício nasceu de uma série de quebras de paradigmas... Até 1938, os graduados na Universidade de Stanford, na Califórnia, tinham um endereço certo ao se formarem... Iam todos para a costa leste trabalhar em grandes empresas. Bill Hewlett e Dave Packard resolveram quebrar essa tradição e fundaram a HP em uma garagem da casa de número 367 da Addison Avenue, em Palo Alto, Califórnia, e o resto é história... A HP acabou se transformando em uma das principais empresas do mundo no ramo de alta tecnologia, chegando a ser líder na venda de PC’s em todo o mundo.

Mas, atrás de toda a parafernália eletrônica de seus produtos inovadores, atrás de toda a tecnologia de ponta, havia uma radical mudança na forma de se administrar uma empresa na época, uma maneira totalmente nova de se gerenciar pessoas, obter resultados, motivar funcionários e conseguir o envolvimento e aprendizado de todos, necessários para uma ascensão tão rápida e vitoriosa.

William “Bill” Redington Hewlett e David “Dave” Packard foram pioneiros na implantação de uma nova filosofia hoje dominante nas grandes empresas de tecnologia, mas até então totalmente oposta à cultura dominante pelas grandes empresas da América e do mundo. A dupla centrou sua abordagem gerencial nas pessoas, consideradas realmente o recurso mais valioso que dispunham... Foram pioneiros em distribuir gordas bonificações com seus empregados, oferecer auxílios-escola, horário flexível e acesso às ações da empresa na bolsa. Foram os primeiros a adotar o escritório sem divisórias, com armários e gavetas abertas, incentivando o livre fluxo de informações.

Ambos sabiam que estavam lidando com produtos inovadores, que exigiam criatividade, autonomia, liberdade, iniciativa, curiosidade, coragem, vontade, empenho, envolvimento e aprendizado constante... Tudo era novo e mudava cada vez mais rapidamente... As pessoas precisavam interagir entre si, aprender umas com as outras e com seus próprios erros... Era preciso desenvolver um interesse real em cada um pela sua própria educação, aprendizado e desenvolvimento, em novas bases, mais transparente, mais generosa, mais compartilhada, mais ágil e coletiva...

Muito cedo perceberam que mais do que “chefes”, patrões ou diretores, tinham que ser estimuladores, provocadores que desafiassem a inteligência e a ambição dos colaboradores, criando uma certa tensão, um certo desequilíbrio que os levasse a querer mais, superar obstáculos, ir além, criar o inédito, oferecer o novo!

Bill e Dave também descobriram que o desenvolvimento é um processo estruturado, que precisa ser socializado, que uma vez iniciado não tem fim... Quanto mais sei mais posso aprender e compartilhar... Quanto mais compartilho, mais tenho necessidade de saber mais... A eles cabia mais um papel de orientador/tutor em vez de adotar uma postura rígida hierárquica e formal.

A dupla também entendeu que sem afeto não há aprendizado... Infelizmente, em quase todos os ambientes de aprendizado, nas empresas, nas escolas, nas universidades, dá-se muita ênfase a modelos racionais, a estruturas formais, a métodos tradicionais, que não “mexem” com a emoção do aluno, do funcionário... Na maioria das vezes o desejo verdadeiro não é desperto, o interesse real não é provocado, o clima favorável não é implantado, a ousadia não é deflagrada!

Cuide bem do seu aprendizado!

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