Existem momentos, raros em nossa vida, preciosos instantes, em que somos chamados a enfrentar nossa própria consciência, nossos íntimos sentimentos e revelar de verdade o que reside em nossa alma, o que escondemos em nossos gestos, o que procuramos representar no meio da sociedade, o que guardamos secreto em nossos corações...
A eleição deste segundo turno é eminentemente política... Política no sentido lato da palavra, no significado aristotélico do vocábulo, de condensar a ideia de se envolver de cabeça em assuntos de interesse de todos, de admitir o homem como um animal eminentemente político, de perceber o aspecto dominante do poder que está em jogo e que afeta a todos nós.
Estamos, sim, diante de uma ameaça fascista, de um retrocesso jamais imagináveis e impensáveis até há pouco tempo, colocando em risco todas as conquistas democráticas colecionadas a duras penas pela sociedade brasileira..
Não se trata de discutir questões de segurança, de corrupção e muito menos morais ou religiosas... O que está em jogo é o modelo democrático ou o fascismo intolerante. Fascismo não é uma coisa que se discute, e sim que se combate. Por isso não vale mais ficar em cima do muro, anular o voto, abster-se ou fugir do debate... É como uma guerra, ou uma ameaça iminente... Ou você adere ou a combate, pois se ficar neutro vai ser devorado por ela... Foi assim na Alemanha de Hitler, na Itália de Mussolini, na Espanha de Franco e nas ditaduras instaladas na América Latina.
Mas além de política, estamos diante de uma escolha existencial! Vamos no fundo dar um voto para o ódio, para a intolerância, para a divisão, para a desigualdade, para as diferenças, para o desencontro, para a truculência, para o preconceito, para a arrogância, para a discriminação, para o machismo, para a arrogância ou vamos mudar nossa perspectiva?
Que tal pensarmos no amor, na convivência, na amizade, no crescimento, na alegria, na mistura, na miscigenação, na diversidade, na paz, no respeito, na aceitação, na empatia, na solidariedade, na compaixão, na humildade, na serenidade, na tolerância na hora de depositar nosso voto na urna?
Que tal resistir a essa onda conservadora, a essa blitz autoritária que promete dividir o País entre ricos e pobres, privilegiados e excluídos, aderentes ou subversivos, armados e desarmados, poderosos e combalidos, machos e “galinhas”, elite e povão, brancos e negros? O Brasil não merece cair nessa armadilha sedutora...
Em nada propostas fascistas vão fazer bem ao País, e é preciso que você tome consciência e lute contra isso... Estamos em pleno século XXI e não merecemos retornar aos velhos tempos da imposição, do medo, da perseguição, do julgamento, do ódio. Desperte o educador que existe em você, o artista que encerra em seu peito, o sábio que habita em sua mente, o humano que reside na sua natureza, na hora de escolher o caminho que você pretende para o nosso futuro. Está na hora de acordar, antes que seja tarde demais! Como disse Chico Buarque, vamos deixar o ódio pra quem merece...
Cuide bem de você!