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Sexta-Feira,27 de Dezembro

Antologia do Psiu Poético - por Dário Teixeira Cotrim

Jornal O Norte
Publicado em 31/10/2007 às 10:13.Atualizado em 15/11/2021 às 08:21.

Dário Teixeira Cotrim *



O livro Antologia do Psiu Poético projetado e publicado para comemorar o 21º Salão Nacional de Poesias - Psiu Poético deste ano é de uma excelsitude que o coloca entre aqueles de primeiro momento na história das antologias montes-clarenses. Entretanto, nunca será este livro a fina flor da idiotice como pensam alguns críticos literários, principalmente para aqueles que murmuram com rouquejos na garganta numa mímica repleta de desdém. Pois foi assim a denominação dada à primeira antologia, o que certamente nada de idiotice continha nela senão a expressão de felicidade e sofrimento de seus autores num mesmo tempo. Assim como ocorreu na primeira antologia, estamos dedicando com máximo carinho e uma atenção redobrada na correção dos trabalhos e na sua diagramação o que somente tem nos causado alegria e satisfação á flor da pele. Nós temos certeza dos limites que têm os autores que fazem parte do livro como um todo. Não só temos certeza desses limites como também os respeitamos e até incentivamos que eles venham a ganhar relativa distância através do aprendizado com o simples objetivo de não inibir e nem tampouco amputar a criação literária de cada um.



Há nesta antologia a participação de poetas maduros e famosos. Dentre eles podemos citar os ilustres nomes de Wanderlino Arruda, Aroldo Pereira e Amelina Chaves, poetas já consagrados pela opinião pública. Ainda podemos citar os nomes de Dóris Araújo e Karla Celene poetisas que fazem parte da Academia Montes-clarense de Letras e com alguns livros já publicados. Mas, o que mais nos interessa mesmo e a participação, oportuna e exemplar, dos artistas que vivem no anonimato do mundo artístico. Nesta antologia poética eles fazem parte da maioria dos participantes e por isso mesmo merecem de todos nós montes-clarenses o respeito e a gratidão por difundir a tradição e os costumes de um povo. Até porque esta antologia poética nasceu na sábia asserção de seus poemas os que estão expostos na galeria do Centro Cultural "Hermes de Paula", compondo o 21º Salão Nacional de Poesias - Psiu Poético.



Sequer podemos analisar sinteticamente poema por poema. Não obstante entendermos que a leitura desses poemas traz-nos, de quando em quando, o repúdio ao preconceito - imoral e vergonhoso - e a idéia da desigualdade de classes sociais. Há um chamamento explicito de justiça em cada verso que se lê. Há um questionamento de revolta e de angústia pelo descaso político aos poetas iniciantes, cravado em cada um de seus poemas. Há, entretanto, um canteiro de paixões associado à divina compaixão dos versos os que jamais foram doces e nem fáceis sequer para os seus autores. Por essas e outras é que é salutar analisarmos tão somente os "motivos da criação" e nunca a "criação sem motivos". A quem já não aconteceu sentir a falta de inspiração, a caneta pesada e ficar desanimado diante da folha de papel por causa das indiferenças políticas e sociais? Infelizmente esses poetas anônimos passaram e ainda passam por situações constrangedoras perante a elaboração dos seus escritos. Nada lhes ocorre sobre o assunto proposto senão o clamor da ordem e o da justiça. É assim porque a poesia torna-se muito mais autêntica e nobre, ela vem das entranhas de um coração ferido e não das noitadas festivas, onde o mundo das drogas e o mundo da violência suburbana crescem devassadoramente, produzindo uma falsa literatura sem rumo e sem termo.



Aqui o Conselho Editorial prima pelo trabalho realizado. A garantia de não ser apenas uma fina flor da idiotice, eleva com magnanimidade todos os poemas que fazem parte desta influente obra literária. Nos tempos que correm é necessário muito carinho e, acima de tudo, muito respeito pela produção literária atribuída aos poetas anônimos. Dominado por uma prudência, visivelmente exercitada na observação e na paciência, o Conselho Editorial utilizou de uma fórmula fecunda que não lhe permitiu errar. Pode não parecer, mas é visível o grau de satisfação que habita nos corações de cada um de seus autores.


 


Por tudo isso é que nós entendemos que "a poesia é a expressão do belo por meio das palavras". Tenho dito!



* Do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e da Academia Montes-clarense de Letras

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