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Segunda-Feira,22 de Dezembro

Aleijadinho – Dois séculos de história

Por Petrônio Braz

Jornal O Norte
Publicado em 14/02/2014 às 08:29.Atualizado em 15/11/2021 às 16:45.

Por Petrônio Braz

Em uma visita ao Museu do Louvre, em Paris, em companhia de um grupo não pequeno de advogados brasileiros, nossa acompanhante (guia), em português castiço, nos questionou sobre as obras do Aleijadinho. Não tínhamos muito a informar. Estávamos ali para ver e admirar a cultura européia, mas desconhecíamos a nossa. Esse fato serviu de advertência, sem considerarmos a vergonha de nos confessar ignorantes.

Não é do Norte, talvez do Centro-Sul, mas é mineiro. Este ano de 2014, ano do bicentenário do falecimento de Antônio Francisco Lisboa, está sendo considerado, no meio cultural das artes, como o Ano do Aleijadinho, o mestre maior do Barroco brasileiro. São dois séculos nas páginas da história brasileira.

Por antecipação, como ato de abertura das comemorações que deverão ocorrer durante todo o ano, realizou-se em Ouro Preto, entre 11 e 18 de novembro passado, a 36ª Semana do Aleijadinho, com a participação ativa do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.

O Aleijadinho é o patrono das artes brasileiras, razão porque o Ateliê Felicidade Patrocínio, o Centro Cultural e o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros não poderão ficar ausentes. Nesse início de ano, Felicidade Patrocínio está em viagem de turismo pela região serrana, fugindo da monotonia das planuras dos Gerais. Descanso necessário já que 2013 foi um ano de muitas realizações. Vamos aguardar o seu retorno.

Durante a 36ª Semana do Aleijadinho foi lançado, em Ouro Preto, por Solange Palazzi, Sidnéa Santos e Raphael Simões o projeto “Jornada Barroca – Aleijadinho nos caminhos de Minas”.

O Aleijadinho é história e, como história, deve ser conhecido por todas as pessoas que querem ser ou que se dizem cultas. Nós admiramos a cultura barroca italiana, mas, Bernini não é mais importante do que o Aleijadinho.

Indo a Paris, queremos ver a Mona Lisa, a obra maior de Leonardo da Vinci, da época do Renascimento. Admiramos as esculturas barrocas do Palácio de Versalhes. Por quê? Porque nos causam admiração, com uma dose mística de prazer cultural.

As obras do Aleijadinho também se inscrevem como cultura, e não estão do outro lado do Atlântico, estão aqui, ao alcance de todos.

A tradição histórica registra que Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não existem registros oficiais), filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. O pai era entalhador, razão de sua vocação e de seu apego à arte. Após os 40 anos de idade desenvolveu uma doença degenerativa das articulações (que a história não identifica) levando-o a necessitar de um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos. Mesmo assim, continuou a esculpir e a entalhar, iniciando uma segunda fase de suas produções artísticas. Um exemplo de superação. Os críticos atestam que suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade.

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