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Quinta-Feira,25 de Dezembro

A voz de Joaquim Barbosa

Artur Leite

Jornal O Norte
Publicado em 16/09/2014 às 23:24.Atualizado em 15/11/2021 às 16:36.

Fora dos holofotes desde que aposentou-se como ministro do Supremo Tribunal Federal, o mineiro Joaquim Barbosa se recolheu ao recinto sacrosanto de seu lar. Recebeu diversos convites para se candidatar a um cargo eletivo, mas esquivou-se o tempo todo, pois “ queria dar um tempo para si mesmo”. Mas agora, neste início de semana, ele voltou a colocar a sua voz no ar  da democracia e bateu firme no processo eleitoral Na primeira palestra após ter se aposentado, o ex-ministro do STF Federal) afirmou que a reeleição funciona como a mãe de todas as corrupções.

“Em países em fase de consolidação institucional, a reeleição funciona como a mãe de todas as corrupções”, disse Barbosa durante seu discurso no 13° Congresso Internacional de Shopping Centers, evento organizado pela Abrasce, entidade representativa dos shoppings do Brasil, na zona sul de São Paulo.

Barbosa atacou ainda o instituto da reeleição ao falar sobre mudanças que ele considera necessárias para o sistema institucional do país. O ex-ministro afirmou ainda que o período das campanhas deveria ser reduzido pela metade e que elas não levam informação aos eleitores. “Não acho que haja informação ao eleitor nesse sistema. Isso é um engodo”.

Barbosa também defendeu a adoção do voto distrital. Segundo ele esse mecanismo “mudaria muita coisa no Brasil e pelo menos conseguiríamos eleger um número razoável de pessoas qualificadas e com relação direta com os distritos”.

O ex-magistrado criticou o fato de o país ter mais de trinta partidos políticos em seu sistema eleitoral. “É absolutamente irracional o país ter 32, 33 partidos. Havia um mecanismo que iria reduzir sensivelmente o número de partidos no país, a cláusula de barreira. Por meio da cláusula de barreira os partidos só teriam viabilidade funcional se atingissem um certo percentual dos votos válidos. Ela iria entrar em vigor em 2010, mas uma decisão infeliz do Supremo Tribunal Federal impossibilitou a aplicação da cláusula de barreira.”

O ex-presidente do STF deve proferir outras quatro palestras na sequência, em Santa Catarina, agendadas pela ATA Palestras. Além de ministrar palestras, o ex-magistrado pretende, no futuro, trabalhar na área jurídica, elaborando pareceres.

Alguns segmentos jurídicos de Montes Claros estão se reunindo com a intenção de trazê-lo para uma palestra até o final ou início do próximo ano, o que seria bastante interessante. Vamos esperar.

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