À véspera de acontecimentos

Por Manoel Hygino

Jornal O Norte
Publicado em 26/02/2014 às 08:35.Atualizado em 15/11/2021 às 16:46.

*Manoel Hygino

Enfim, o governo acordou para as evidências da gravidade da hora que atravessamos. Minas decidiu tomar uma série de medidas para conter, até onde possível, a onda crescente de criminalidade, reconhecida mesmo pelas estatísticas oficiais. Verdade se diga: não estamos em paz e na onda de violência todos somos envolvidos. A imagem paradisíaca que se quer transmitir dentro e fora do país não pode prevalecer porque atravessamos um quadro de incessante transtorno.

Já em julho do ano passado, os responsáveis pela proteção ao papa trataram do assunto com a equipe do Vaticano, visando à proteção de sua santidade. Em junho, um software em uso pelo Centro de Defesa Cibernética do Exército filtrou informações postas nas redes sociais e serviu para identificar manifestantes que assumiram a linha de comando dos protestos.

A propósito, li observações de Isaías Caldeira, um cidadão de bem e do bem, juiz da Vara de Execuções Criminais na Comarca de Montes Claros, que merecem consideração. Na opinião dele, “esses elementos que saem às ruas em protestos estão brincando de revolucionários. Viram filmes e reportagens sobre os anos 60/70 do século passado e acham que devem repetir as passeatas da época contra o regime militar”.

Para o magistrado, esses grupos não têm um ideário, agem “por simples balbúrdia, pelo gosto único de manifestar-se contra o que sequer definiram, sejam centavos de aumento em qualquer tarifa ou a Copa do Mundo, ou coisa alguma”. A bizarrice da situação seria cômica, não fossem os resultados até aqui apresentados, onde depredações do patrimônio público e privado, a violência contra pessoas e o desafio às autoridades e ao aparato de segurança pública dão a dimensão da insensatez dos manifestantes, mascarados ou não.

E quem são o black blocs, os mascarados? Eles integram grupo organizado, que prega a destruição de todos os valores que sustentam a sociedade atual, com o aniquilamento das instituições e do próprio Estado. “São inocentes apenas nos seus propósitos, fruto da desocupação das coisas úteis, do ócio em que vivem”.

Enfim, “sem sustentação intelectual, nulos de conhecimentos, sob o influxo do peso da liberdade a que estamos submetidos e que nos torna senhores de nossa história pessoal. Falta-lhes o discernimento para o diálogo e a ignorância recomenda o embate físico, avessa aos ditames da racionalidade”. Tem-se de pensar.  

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