A Sucessão de Márcio Lacerda

Jornal O Norte
Publicado em 09/08/2011 às 17:46.Atualizado em 15/11/2021 às 06:02.

Luiz Alberto Rodrigues (*)



A um ano do início da campanha para a eleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) ainda não tem adversário competitivo. Na essência a disputa dependerá das decisões do PSDB e do PT que, ansiosos, sinalizam a repetição de seus apoios a Lacerda, para não correrem riscos antecipados em relação a 2014.  É bom lembrar que em 2008 Lacerda teve apoio dos contrários (?) Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT). Se esse apoio acontecer outra vez em 2012, com a aprovação que parece ter e no comando da máquina municipal, Lacerda poderá vencer facilmente no primeiro turno.



No entanto, se surgir um adversário representativo, haverá disputa e até eventual terceira via que poderia ser liderada pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB) ou pelo ex-senador Hélio Costa (PMDB). Com certeza vários partidos menores lançarão candidatos para tentar a conquista do eleitorado de Belo Horizonte, e para testar novos personagens na prova de fogo do voto majoritário.



O lançamento de Lacerda em 2008 visava estratégias para o futuro, mas o resultado foi péssimo para o PT. Houve desavenças entre correntes políticas petistas que duraram até a eleição de 2010, quando o partido foi castigado com a derrota de Hélio Costa e Patrus Ananias para o governo, e de Pimentel para o Senado.



Em 2012 o PT poderá resgatar sua história em Belo Horizonte e disputar a eleição de igual para igual. Para isso seria preciso convencer e lançar Patrus a prefeito, em composição que sugerisse Pimentel para governador em 2014, para diminuir a fogueira das vaidades internas. Penso que em 2012 o PT ou vai de Patrus Ananias ou, como já decidiu a sua direção nacional, indicará outra vez o vice de Lacerda.



O PSDB, que apoiou Lacerda no último pleito, pode ter candidato próprio, ou indicar o vice da chapa, ou articular outra solução. O PSDB tem nomes fortes como o deputado Eduardo Azeredo, com sólida base na capital. Dispõe ainda do jovem e preparado deputado Rodrigo de Castro, que é bom de voto e seria novidade consistente. Penso que o lançamento ou não da candidatura própria do PSDB dependerá de um lado da escolha de Lacerda, e do outro da avaliação do processo a ser feita pelo govenandor Antônio Anastasia (PSDB) e pelo Senador Aécio Neves, lideranças vitoriosas em 2010 e com poderosa influência eleitoral na cidade.



Em 2012 será definido o futuro na política de Minas Gerais de Márcio Lacerda, que governa sem nenhuma espécie de oposição legislativa, e que algumas pesquisas afirmam ser administrador com aprovação popular. Mas ele tem sérias vulnerabilidades: Belo Horizonte é uma cidade com visível colapso no sistema de trânsito, com graves falhas na gestão da saúde, e aparentemente a população se ressente da falta do resgate dos compromissos de campanha do prefeito. No exercício do mandato Lacerda é sagaz equilibrista político, que com autoridade mantém um governo com feudos partidários insatisfeitos, onde nomeados para cargos de confiança o ajudam a pilotar a Arca de Noé que é a sua administração.



Se em 2012 Márcio Lacerda somar outra vez os apoios do PSDB e do PT à sua chapa, terá comprovado habilidade política e liderança executiva. De qualquer maneira, se for vitorioso na reeleição, estará pronto para uma candidatura ao Palácio da Liberdade. Também será liderança nacional do PSB, pois seu eventual sucesso sinalizaria acordos para as eleições do governador de Minas Gerais e do Presidente da República em 2014.



 


(*) Ex-Deputado Federal Constituinte

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