*Artur Leite
Num lançamento que reuniu mais de 100 municípios e 1500 lideranças da região do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Mucuri, a médica e educadora Raquel Muniz mostrou muito prestígio na abertura de sua caminhada rumo a Câmara Federal. Com direito até mesmo à presença do candidato a Vice-Governador, presidente da Assembléia Dinis Pinheiro, deputados estaduais e outros candidatos a cargos na ALMG, foi de uma simplicidade muito grande ao garantir que vai apenas somar o seu nome numa futura bancada do Norte para lutar pelo desenvolvimento regional. Com apenas a deputada Ana Maria Resende cumprindo mandato no parlamento, é preciso que haja uma conscientização para que aumente o número de mulheres na política nacional.“A baixa representação das mulheres na política agrava a desigualdade de gênero no Brasil”. A avaliação consta do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Mesmo com Brasil tendo uma mulher no cargo político mais importante do País, a presença delas ainda é irrisória nas casas legislativas pelo Brasil, inclusive na principal delas, o Congresso Nacional.
“Apesar de o Brasil ter uma presidenta mulher, esse movimento não se estendeu para as outras esferas do sistema político”, comenta a coordenadora do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, Andréa Bolzon. “Os outros indicadores estão próximos da média da América Latina, mas, no caso da representação política, o Brasil está muito atrás.”
A situação se torna ainda mais incoerente se for levado em conta o fato das mulheres serem maioria entre os eleitores brasileiros, com 51,95% dos votos. Em 2010, por exemplo, foram eleitas apenas 45 parlamentares, contra 468 homens.
O Pnud divulgou o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) para 149 países. O indicador é elaborado com base em cinco dados: taxa de mortalidade materna, taxa de fertilidade na adolescência, proporção de mulheres no parlamento nacional, percentual de mulheres e homens com educação secundária e a taxa de participação de mulheres e homens no mercado de trabalho.
No caso do Brasil, a taxa de mortalidade materna é de 56 mulheres a cada 100 mil nascidos vivos, e a taxa de fertilidade na adolescência de 78,9 mulheres a cada mil mulheres entre 15 e 19 anos. Na educação, existem progressos, com as mulheres se qualificando um pouco mais que os homens. A parcela da população adulta com educação secundária é 51,9% entre as mulheres e 49% entre os homens. Outros parâmetros, no entanto, apontam desafios. Em relação ao mercado de trabalho, continua a existir uma lacuna considerável entre os sexos, com 59,5% das mulheres de mais de 15 anos trabalhando, contra 80,9% dos homens.
É por isto que o eleitor precisa também se ater para muitos detalhes nesta eleição de outubro, pois o momento é também de resolver alguns problemas que há tempo discrimina o poder feminino na esfera política.
