Raphael Reys *
- Todo ato de conhecimento envolve uma intuição de Deus, pois implica uma unidade do real e do ideal, do objetivo e do subjetivo. (John Dewey)
Paulo, o apóstolo tardio, na sua I Carta aos Coríntios, comenta que:
Deus tornou louca a sabedoria do mundo.
O nosso escritor Petrônio Braz, em sua recente série Intuição e racionalísmo, publicada no suplemento Opinião, do jornal O Norte, nos fala da fenomenologia das previsões, dos efeitos ditos poltergeist, da mística especulativa das manifestações parapsicológicas. São, enfim, os estudos de ESP, muito em voga na atualidade, assim como o foram no início do século 19.
Sugere o mestre e escritor a crermos somente nos nossos próprios pensamentos, os quais, entretanto, se derivam do nosso inconsciente que foi antes codificado pelo consciente objetivo (falível), este último filho da ilusão e da subjetividade.
Tudo é muito quixotesco!
Razão tinha Cervantes ao criar os dois personagens psicanalíticos que representam o consciente objetivo - Sancho Pança, que tem a força mas falta-lhe o discernimento - e o inconsciente - e Dom Quixote, que tem o discernimento mas carece da força e da objetividade.
Daí ser perigoso confiarmos apenas nos nossos próprios pensamentos, pois desconhecemos totalmente a formação dos mesmos no nosso inconsciente profundo, a sua ordem, ou mesmo o seu fluxo. É como num software: as janelas e os atalhos, além da possível virulência que o mesmo foi exposto e pode estar afetado.
- Há mais segredos entre o céu e a Terra do que compreende a nossa vã filosofia.
São as chamadas razões que carecem de um objetivo definido para classificar as suas origens. As razões estão expostas em sua formação à nossa subjetividade. A intuição se origina no divino em nosso interior.
A própria máxima de Descartes, Penso, logo existo, já é uma resultante da bipolaridade que produz as manifestações falíveis, percebidas pelo nosso consciente objetivo. No dizer de Freud, o inconsciente é coletivo. E as reminiscências, seriam platônicas?
As revelações e verdades metafísicas são sempre naturais, daí que a astronomia pode ser a metafísica de manifestação da astrologia. É o inverso do inverso/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"right">
* Cronista