A maré

Por Patrícia Gomes

Jornal O Norte
Publicado em 19/09/2013 às 09:03.Atualizado em 15/11/2021 às 17:11.

Por Patrícia Gomes

Ela amanhece baixinha. Vem subindo ao longo da manhã. Nativos garantem: são seis horas de cheia e outras seis esvaziando.

É quase um ritual. O mar, tão distante, chega perto, lambe os nossos pés até nos expulsar da areia. Aí, desiste da briga e volta pro lugar que lhe pertence.

No início da tarde a água recua como se nos permitisse ocupar aquele espaço novamente. É uma disputa quase injusta. Quem somos nós para brigar com tamanha força da natureza?

Os entendidos têm a sabedoria que falta ao povo da terra sem mar. Respeitar a força e a soberania da água salgada é entender que somos meros visitantes, admiradores dessa beleza profunda.

Então, a decisão mais sábia é: acorde cedo, passe protetor e aproveite a praia enquanto você tem esse direito. Porque, depois de meio-dia, provavelmente, você vai ter que se contentar com a própria insignificância e voltar pra casa.

O mar é assim. A vida é assim. É preciso saber a hora de recuar. Coitado de quem briga contra isso.

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