A inveja nossa de cada dia

Por Laura Conrado

Jornal O Norte
Publicado em 21/03/2014 às 02:27.Atualizado em 15/11/2021 às 16:47.

*Laura Conrado

Ela está nos comentários maldosos que tecemos sobre a colega da faculdade, nas brincadeiras de mau gosto, nos atos falhos e nas tentativas de deixar alguém de lado.

O escritor mineiro Zuenir Ventura escreveu um livro sobre um dos pecados capitais mais detestáveis: a inveja. Na obra, ele afirma que “a inveja é um vírus que se caracteriza pela ausência de sintomas aparentes. O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde”.

Tive a honra de ser duas vezes premiada como escritora. Na época, ouvi comentários de que eu havia comprado o prêmio (como se eles estivessem à venda e eu tivesse muito dinheiro para fantasiar sobre mim mesma) e afins. Depois de segundos de raiva, relevei. Eu também já usei minha criatividade para inventar teorias sobre “como fulano conseguiu aquilo”. Quando entendi que eu confabulava sobre quem se destacava por pura insegurança e para não me sentir tão pequena, passei a ser uma pouco mais compreensiva sobre quem fala de mim. É simples: em algum momento da vida, todo mundo é invejoso e invejado.

Enquanto o senso comum condena a inveja, acredito que ao invejar alguém temos uma grande oportunidade de pensar sobre a imagem que temos de nós mesmos e o que queremos para nossa vida. É mais produtivo melhorarmos a nós mesmos do que tentar detonar o outro.

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