Nessa reta final das eleições de 2014, muitos fenônemos vão ocorrer e são decisivos para quem está se candidatando a algum cargo eletivo. Estou lendo o livro de autoria do conhecido Gautêncio Torquado, sobre Marketing Político, e ele aborda um aspecto interessante do comportamento do eleitor. Segundo ele “Cada estrato social deve ser considerado na preparação de um discurso político. Nas bases da motivação do voto operam forças emocionais e racionais que são preponderantes na hora da decisão do voto. Para ele, as margens sociais tendem a escolher candidatos sob a influência da emoção. E é verdade, pois nesta faixa os candidatos com visibilidade midiática, como cantores, compositores, esportistas e comunicadores de massa acabam sendo privilegiados neste aspecto”. Aqui em Minas Gerais, e também em Montes Claros e região muitos se beneficiaram desse quadro e têm votação que impressionam. Em tempos passados radialistas como José Nardel, Zé Vicente, Tadeu Leite, trabalharam em cima desta proximidade e foram bem sucedidos em campanhas. A nível de Minas Gerais, podemos citar boleiros como Nelinho, João Leite, Reinaldo, Marques, Zezé Perrela e agora Gilvan Tavares, presidente do Cruzeiro. Radialistas Alberto Rodrigues , João Vítor Xavier e Mário Henrique que cada vez mais recebem votações expressivas, isto sem contar o palhaço Tiririca, Romário, o ex-goleiro Danrley e tantos outros. Deve-se registrar que a carência de serviços fundamentais em regiões carentes ou em situação de catástrofe dá sustentação a um discurso emotivo.Não adianta. Já a classe em situação econômica confortável, segundo Torquato, aproximam-se do discurso racional.
Fiz esta análise pensando exatamente na figura de Marina Silva. Antes, vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, ela teve que se submeter a esta situação porque o seu partido, Rede de Sustentabilidade, não foi aprovado pelo TSE, e não coube a ela outra opção. De mera coadjuvante, ela passou a ser protagonistas com a morte do ex-governador de Pernambuco. Sob comoção nacional, ela avançou nas pesquisas e hoje está empatada com Dilma e com chances reais de vencer o pleito no segundo turno. Quem apostou que a comoção iria logo passar está chegando à conclusão que nada vai impedir o crescimento dela, o que impressiona até mesmo Aécio Neves, acostumado a grandes embates. Aqui na região não se consegue encontrar nenhuma foto da ex-seringueira em santinho, placas de mini outdoor e outras peças publicitárias, e mesmo assim, uma massa emotiva continua “tendo dó dela” e da sua cara de quem acabou de sair do CTI. É um fenômeno que vai dar espaço para estudos posteriores, pois explicações, após eleições, vão surgir de todos os lados. UMA COISA...
