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Domingo,6 de Julho

A Cidade Luz

Jornal O Norte
Publicado em 12/05/2011 às 09:08.Atualizado em 15/11/2021 às 17:27.

Petrônio Braz



Domingos Bellusci, médico e escritor de Leme-SP, na Apresentação de seu livro de crônicas Coração Aberto, fez-me lembrar da Cidade Luz. Escreveu ele que “Paris deve ser o melhor lugar do mundo para se escrever um livro”. Lembrou, em seguida, que Jorge Amado havia deixado as paisagens baianas para se instalar nos Campos Elyseos. Caminho seguido por Chico Buarque de Holanda.



Também Hemmingway e Scott Fitzgerard deixaram a América pelas ruas arborizadas de Paris.



Sentado à margem do Sena, o rio dos namorados, em Paris, tive vontade de escrever para que meus sentimentos de sertanejo das barrancas do rio São Francisco, deixados à deriva, não se esvaziassem com o passar dos anos. Não escrevi, apesar de estar o espírito aberto, em um mundo estranho, longe da influência dominadora da vida profissional. Escrevo agora, tocado pelas lembranças renascidas, que já se iam perdendo na neblina do passado.



Nas páginas de O Parnaso deixei registradas algumas crônicas de viagem, que não se completaram, ainda, no aguardo do possível retorno do jornal, que apesar da curta duração, marcou presença neste Norte das Gerais, graças a atuação brilhante e destemida de José Luiz Rodrigues.



Não vai longe o tempo em que a França dominava o mundo, com sua bela língua, e Paris brilhava como centro universal da cultura, mas também pela beleza histórica de sua arquitetura medieval.



Certo estava Domingos Bellusci ao começar a escrever seu livro em Paris, diante da vista da Notre-Dame ou sentado à margem do Sena.



Paris não é apenas o Montmarte, a Basílica de Sacré-Couer, a Torre Eiffel, a Catedral de Notre-Dame, o Palácio de Versalhes, o Museu do Louvre, a Praça da Concórdia, o Sarbone ou o Arco do Triunfo no Campo de Marte, que lembra Napoleão. Paris é sede da Academia Francesa fundada em 1635 por Richelieu, com 40 mem¬bros, responsável pelo dicionário da língua; da Academia de Inscrições e Belas Letras, fundada por Golbert, em 1663, que se ocupa de trabalhos de erudição histórica e arqueológicas; da Academia de Ciências Morais e Políticas, criada pela Convenção, consagrada ao estudo das questões de filosofia histórica, sociologia e economia política; da Academia de Ciências fundada por Colbert, em 1666, que se dedica às ciências matemáticas e psico-naturais e da Academia de Belas Artes, criada por Mazarino e Colbert, composta de pintores, arquitetos, escultores, gravadores e músicos. Paris é vida. Paris é cultura.



Voltarei lá, um dia.



(*) Advogado e escritor

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