Damião Alves
Na madrugada do dia 31 de março de 64 um golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído... Começava aí o regime militar.
Em pleno período que lembramos os 40 anos do golpe de 64, ainda passamos por uma situação como esta. De censura e proibição de nossas palavras tão claras e fortes como aquelas forças contrárias Pelas forças mutiladas. Hoje é muito fácil falar em liberdade de expressão e direitos humanos. Hoje é muito fácil as pessoas que estão no poder, dizerem que elas é que foram as principais vítimas do regime.
É muito fácil os poderosos dizerem asneiras e falar em democracia. ' Caminhando e cantando e seguindo a canção '. Aquele tempo louco e desvairado que nos fez calar a voz por muito tempo, ainda hoje persiste, só que em doses bem menores.
'É proibido proibir' viva Caetano Veloso e a sua bomba atômica de efeito moral. Viva Gilberto Gil, com seu 'drão' dramático e indignado. Viva Chico Buarque que fora proibido de cantar sua 'cálice' em pleno show. Não só eles; viva todos aqueles que ate hoje lutam pela liberdade de expressão.
Andemos sempre com fé, porque ela sim não costuma falhar. Ou diríamos 'pai afasta de mim esta cálice de vinho tinto de sangue' ou ainda ' é proibido proibir musica tão linda do Caetano. Tão linda, viva e presente, que ate hoje não consegui soletrar.
Porque o músico - não só o músico - o artista de um modo geral é tão censurado no Brasil? Não porque expressa a sua indignação e quer mudar todo um estilo de comunicação formas e gestos? Indagações sempre terão, neste nosso país vede, amarelo e azul cor de anil. Há! Já ia me esquecendo! ' Brasil mostra a sua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim'. Viva também a doce áurea de cazuza. O golpe deu a eles maioridades dignas, morais e humanas.
O golpe nos fez confrontar com a realidade racial, cultural e política e as palavras foram substituídas pela força bruta.
É proibido fumar. Cachimbo, charuto e cigarro de palha. Viva o rei das canções belas e delirantes. A censura é pop. Pop e degustável