“o Espirito do Senhor está sobre Mim; Ele me nomeou para pregar a Boa Nova aos pobres; mandou-me anunciar que os presos serão libertados e os cegos verão; que os oprimidos serão livres de seus opressores, e que Deus está pronto a abençoar todos os que vêm a Ele” (Lc 4:18,19)
Rondinon Botelho dos Santos
Jesus Cristo fez esta tremenda declaração na sinagoga de Nazaré,a cidade onde foi criado. O evangelista Lucas nos diz que todos ali tinham os olhos fixos nEle. Aqui temos o anúncio radical da Verdade do Evangelho.
O programa anunciado pelo Mestre, que segundo Ele, começava naquele momento e na sua bendita pessoa, apontava pelo menos seis anúncios tremendos:
1 – BOAS NOVAS AOS POBRES – esperança aos deserdados da ordem econômica;
2 - LIBERDADE PARA OS CATIVOS – socorro aos deserdados da ordem política e social;
3 - VISTA RESTAURADA AOS CEGOS – restauração aos deserdados da saúde;
4 - LIBERTAÇÃO DOS OPRIMIDOS – socorro aos deserdados da ordem moral e espiritual;
5 – O ANO DO JUBILEU DO SENHOR – um novo começo em ampla escala;
6 – O ESPIRITO DO SENHOR ESTÁ SOBRE MIM - a dinâmica e poder de um grande programa de transformação.
As Boas Novas do Evangelho nos desafiam a uma ação contínua na direção da imitação de Jesus. Ele viveu o tempo todo praticando Seus ensinos, estendendo principalmente aos pobres e marginalizados a Sua abundante misericórdia. Todos os sistemas de iniqüidade , todos os instrumentos de opressão, todas as práticas exploradoras e aniquiladoras do ser humano, são condenadas por Ele.
O poder econômico de nosso tempo, organiza a sociedade a favor de quem têm e contra quem não tem. Os dominadores deste mundo perverso, mantêm e alimentam cada vez mais, estruturas de injustiça, de exploração, de humilhação dos que não têm vez e nem voz. Basta que circulemos pelas periferias de nossas cidades. Ali temos uma geração a quem se nega o mínimo direito à dignidade como seres humanos. As crianças se tornam reféns de uma lógica perversa – sem pais, sem lar, sem rumo. Sobrevivendo das migalhas, alimentando ódio no coração, aprendendo a roubar o que lhes é negado, acossados pelo banditismo, humilhados pela sociedade, encarados como feras que precisam ser algemadas, contidas, aprisionadas, eliminadas.
Somos chamados a uma prática evangélica de compartilhar as Boas Novas, como o caminho da libertação pessoal, à partir da mudança interior, da operação da Graça em nosso coração, enganoso e pecador. E então, podemos avançar mais longe. Aqueles que são o sal da terra e a luz do mundo, podem e devem ser mobilizados a servir. Abrindo escolas, desenvolvendo projetos humanitários, estabelecendo pontes de comunicação com a juventude da periferia, realizando a missão como educadores, servidores públicos, profissionais de saúde, enfim, fazendo a missão entre os pobres, na qualidade de embaixadores de Cristo. Os pregadores das Boas Novas carecem igualmente de uma Palavra Profética, em nome de Cristo, denunciando a exploração econômica do pobre, o desvio e a rapina dos recursos públicos, o desperdício e a opulência dos ricos, o perverso sistema de acumulação de renda e riqueza, a discriminação social, racial, econômica. O programa cristão continua. As Boas Novas são para todos.