Voo Cego

15/10/2020 às 04:26.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:47

O universo literário dos nossos escritores parece não ter limites. Afirmo isso em decorrência à leitura que fiz do livro “Voo Cego”, do acadêmico José Rameta. Na sua imaginação, JL decola do Rio de Janeiro com destino a Frankfurt (Alemanha) quando conhece Hulda, uma mulher bonita e muito interessante. Durante a viagem, o autor desenvolveu sua narrativa sempre explorando o amistoso dos dois jovens e a angústia e o medo dos demais ocupantes da aeronave. Não seriam os passageiros do voo 361 os primeiro “marinheiros” de uma aventura fantástica nos céus do velho mundo.

Muito pelo contrário, eram pessoas bem informadas no mundo dos negócios. Por isso, a escrita de José Rameta vem de uma prosa poética bem fundamentada explorando a falha na comunicação com a torre de comando e a inquietude da tripulação em vista de um iminente acidente aéreo.

A história aqui contada pelo autor tem os seus momentos de angústias, de desespero e até mesmo um princípio de motim em pleno voo. O autor soube rebuscar as palavras com a dinâmica do entendimento e por isso mesmo ele desenvolveu uma narrativa simples, porém impecável. No mundo moderno, se a comunicação tornou-se mais sedutora, por outro lado, a realidade, muitas vezes, parece mais distante do nosso controle emocional. 

Pensando assim, podemos dizer que a literatura passou de uma fase moderna para uma era pós-moderna da comunicação. Em vista disso, podemos afirmar que o livro “Voo Cego” foi escrito com extrema competência, pois, o autor, além de ser médico, já tinha publicado os seus poemas. Por trás de uma obra literária há muito mais a sensibilidade do coração do poeta.

Apesar das digressões e dos atalhos de sua prosa, há nela uma sensação de mistérios a desvendar. Portanto, em “Voo Cego” lembra-nos dos transtornos causados aos passageiros nos aeroportos brasileiros na era Luis Inácio Lula da Silva. Dentre outras causas, estão os atentados terroristas com bombas (voo Pan Am 103) e sequestros (voo Ethiopian 961), as colisões em voo (voo Gol 1907), as falhas estruturais (como ocorrido com os Comets) e as condições climáticas (voo Air France 447). Não é impossível fazer a conexão entre o livro de José Rameta e os fatos acontecidos no céu brasileiro neste mesmo período.

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