Uma nova biblioteca

15/08/2018 às 06:38.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:56

O meu propósito, ao escrever esta crônica, é o de oferecer aos leitores uma informação consistente sobre as bibliotecas existentes em Montes Claros, não obstante saber que não estão aqui, assinaladas, todas as bibliotecas particulares dos ilustres escritores montes-clarenses. Isso, todavia, não importa dizer que não sejam elas dignas de destaques. Também tem aquelas outras das escolas e das universidades. Certamente que em nenhuma região de Minas Gerais existem lugares que contém mais bibliografias do que a nossa estimada cidade de Montes Claros. São mais de 1.500 títulos, de diferentes autores e, dentre eles, os mais expressivos da historiografia mineira. Além das Academias de Letras, dos Institutos Históricos e do Arquivo Público da Câmara Municipal, contamos também de outros espaços culturais, onde os autores montes-clarenses podem expor as suas obras com absoluta segurança, na certeza de que os seus livros irão contribuir na formação da história de nossa cidade. 

Os que dizem que não temos memória talvez não conheçam a existência desses importantes acervos históricos. Em vista disso, refiro-me aqui à inauguração das hodiernas vitrinas da Biblioteca do Autor Montes-clarense “Maria das Mercês Paixão Guedes”, ambiente que foi criado pela augusta Academia Feminina de Letras. Nota-se que, neste momento em que se discute a reforma sobre o ensino nas escolas, com iminente transformação por que devem passar esses educandários, os livros são de essencial importância para garantir o futuro de uma nova geração. 

Pensando assim, a arrojada presidente da Academia Feminina de Letras de Montes Claros, Felicidades Maria do Patrocínio Oliveira, criou este novo espaço de leitura destinado ao público em geral e, principalmente, aos estudantes privados de livros para suas pesquisas escolares. Uma atitude louvável que tem a sintonia perfeita com o pensamento do grande poeta Castro Alves: “Oh! Bendito o que semeia, Livros, livros à mão cheia, e manda o povo pensar! O livro, caindo n’alma, é germe - que faz a palma, é chuva - que faz o mar!” Aliás, a acadêmica Felicidade Patrocínio é uma pessoa envolvida com a cultura e coordenadora de vários projetos de leitura, procurando sempre enaltecer o livro e seus autores.

“Se este projeto tiver algum valor - afirma Felicidade Patrocínio - não me cabem louvores. Tudo que houver de meritório deve ser creditado ao ilustre empresário Ivan de Souza Guedes, pela confiança em nós e pela dedicação à memória de sua saudosa e querida esposa Maria das Mercês Paixão Guedes”. E finaliza com a emoção à flor da pele.

E agora, podemos dizer que pela primeira vez, nos é apresentado um projeto literário de real grandeza. Então, numa alusão aos dizeres de Antônio Ribeiro de Avelar, eu faço deles as minhas próprias palavras: “aqui não se exaltou o egoísmo, a vaidade, o insensível, o maldizente, o desonesto, o agnóstico, o impatriota. Aqui estão os que souberam viver pelo espírito e pelo coração”. Parabéns, Felicidade Patrocínio, pela brilhante ideia de se criar uma biblioteca dessa magnitude. Parabéns, também, às confreiras da Academia Feminina de Letras de Montes Claros que não mediram esforços para a viabilização deste belíssimo projeto.

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