Às vezes é necessário falar um pouco de nós mesmos. Assim, escrevo a crônica de hoje sobre momentos felizes que eu e minha Júlia vivenciamos na celebração do nosso 49º aniversário de casamento, ou “Bodas de Heliotrópio”, na companhia das belezas naturais do litoral baiano, no Cana Brava Resort, em Ilhéus - Bahia.
Nosso apartamento estava todo decorado com pétalas de rosas vermelhas, espalhadas sobre o lençol da cama, onde dois cisnes brancos se beijavam no mais doce encantamento para a nossa imensa alegria. Também um belo cartão que dizia: “Dário e Júlia, é com alegria e emoção que a família Cana Brava celebra com vocês mais um ano dessa união. Que além dos aniversários, vocês sejam para sempre e diariamente felizes. Feliz aniversário de casamento!”
Tudo foi disposto com o máximo carinho da direção da casa, sempre com a supervisão das encantadoras Neide & Lu, em nome da Agência Guaicuí Turismo de Montes Claros.
Nota-se que as surpresas não pararam por aí. No dia seguinte, como num passe de mágica, apareceu em cima do aparador do apartamento, o nosso retrato de casamento com os seguintes dizeres: “Dário e Júlia Cotrim! Sejam muito bem-vindos ao paraíso Cana Brava Resort. Estamos felizes por estarmos juntos nesta data tão linda que celebra o amor e a união de vocês. Curtam cada momento e comemorem este lindo amor. Felicidades!” Ao lado do porta-retrato estavam duas taças emoldurando uma garrafa do melhor vinho. Saboreamos na ebriedade do amor com a doce emoção de todos os sonhos realizados. Gratias Deo!
E não pararam mesmo. Do alto da sacada do nosso aposento, sacolejando numa rede preguiçosa, tivemos a grande oportunidade de apreciar a imensidão das águas no entardecer dos dias ensolarados. A suave brisa do mar vinha de mansinho trazendo um chuvisqueiro de orvalho para amenizar um pouco do incômodo calor. Na sequência desses acontecimentos, deparamos com o saudoso escritor Jorge Amado que estava solitário num banco de cimento, com o livro “Gabriela Cravo e Canela” nas mãos. Era, evidentemente, uma ficção, pois se tratava da estátua do ilustre baiano e imortal da Academia Brasileira de Letras. Mesmo assim, sentamos ao seu lado e lhe dirigimos algumas palavras de carinho e de respeito à sua benfazeja memória. Foi impossível não registrar o vultoso ensejo no pequeno celular de minha Júlia e assim procedemos, orgulhosos e eufóricos!
Aliás, há momentos para se esquecer. Foi um tombo que levei no banheiro e por isso tive que visitar a enfermaria por duas vezes. Mas, nada de mais grave, senão uma contusão no joelho que até hoje me incomoda. Esse incidente em nada modificou a nossa alegria de viver e a nossa participação nos eventos que aconteciam durante todas as noites. Nunca comemos e bebemos tanto em tão pouco tempo. Por outro lado, no Parque Infantil a presença do elefante, da pantera e da girafa nos faziam lembrar dos nossos netos. Verdade seja dita: como seria bom se eles estivessem ali com a gente!
Entretanto, as saudades do passado traziam lembranças para o tempo de agora, alimentando a nossa alma para o conforto do nosso coração. Recordar é viver. Certamente que vivemos naquele donairoso paraíso uns dos melhores dias de nossas vidas, recordando os momentos mais sublimes de nossa “lua de mel”, há quarenta e nove anos. Na singela capelinha de Nossa Senhora dos Navegantes oferecemos ao bom Deus a nossa gratidão e o reconhecimento de Sua infinita bondade. No ano que vem será às nossas “Bodas de Ouro” e, quiçá, estaremos lá outra vez, haja vista que “aos poucos a vida vai se encaixando e o que era nó vai virando laço!”