Meus alfarrábios

17/08/2017 às 00:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:07

Eis aqui um livro de poesia/prosa/poesia: “Meus Alfarrábios”. Um belíssimo livro escrito pela acadêmica Maria de Lourdes Chaves, ou simplesmente Lola Chaves, que certamente vai acalentar os sonhos das pessoas nas horas do seu doce aconchego e/ou nos momentos de suas incontroláveis ansiedades. Por conseguinte, vejamos aqui, com a devida atenção, a súplica dirigida pela autora no poema “Estrela Matutina”: “Estrela matutina na amplidão do firmamento (...) leva-me esta dor que me aflige”. Por certo, nota-se que a oração de Lola Chaves tem a misteriosa força da fé!

Do mesmo modo que em diversos outros setores da Cultura, a influência do cantar e do versificar apercebeu-se sempre a profunda emoção das belas-artes, também a nossa literatura assim se fez. Em tempos pretéritos, o saudoso João Chaves encantou todos os montes-clarenses com a sua belíssima canção/seresteira “Amo-te Muito” e tantas outras mais, portanto, neste momento a sua ilustre filha, Lola Chaves, palmilha o mesmo caminho ao publicar o seu livro “Meus Alfarrábios”. É importante notar que o cantar lírico é o que hoje mais de perto fala à nossa sensibilidade. Por isso, em linguagem simples, miraculosamente desposada de artifícios literários, Lola Chaves vai desfilando em capítulos diversos os mais belos versos/prosas de sua lavra poética.

O milagre da vida é o aporte também expressivo da poesia de Lola Chaves. As suas “reflexões”, como dizia Horácio, trazem em si “um monumento mais duradouro do que o bronze, mais soberbo que o régio vulto das pirâmides, alheio ao vento, à chuva, à sucessão sem fim dos anos, ao tempo em sua fuga”. No contexto destas reflexões existem as suas “dádivas”, oferecidas aqui e em alhures, um reconhecimento natural de sua bondade e do seu amor incondicional às pessoas que lhe cercam de carinho, ternura e de sincera amizade. Também consta das “homenagens” que, de tempos em tempos floresciam para embelezar e perfumar o contexto de sua vida. O livro de Lola Chaves ainda consta do “mosaico” seguido de um “adendo” (Risos e Lágrimas – João Chaves), onde encontramos o significado mais duradouro de nossas existências. Mesmo assim, este livro não pretende ser mais do que ele realmente é, uma coletânea de seus mais belos escritos.

Aliás, Lola Chaves sabe que a arte está enraizada em sua existência. O seu pai, João Chaves, era um seresteiro incomparável, um brilhante compositor e um poeta inigualável. O seu marido, Téo Azevedo, é hoje o mais importante cantador de viola de toda nação brasileira. Portanto, a sua alma de artista apenas lhe concede o que o coração assim deseja: cantar, cantar e cantar! Assinala-se, em conclusão, que o trabalho de Lola Chaves não ambiciona, de maneira alguma, disseminar erudição; pretende tão somente transmitir aos ilustres leitores montes-clarenses, de modo acessível e em linguagem descomplicada, como cantarolar a alma de um poeta. Parabéns, Lola Chaves, por este belíssimo livro de poesia e prosa!
 

O trabalho de Lola Chaves não ambiciona, de maneira alguma, disseminar erudição; pretende tão somente transmitir aos ilustres leitores montes-clarenses, de modo acessível e em linguagem descomplicada, como cantarolar a alma de um poeta
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