Literatura de cordel no IHGMC

05/06/2021 às 00:38.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:06

Outra vez debruço sobre a literatura de cordel do associado Josecé Alves dos Santos. Desta vez ele desnuda o perfil de cada membro da Academia Montes-clarense de Letras, falando com blandície do trabalho de cada um, em prol da literatura e da história. Antes mesmo, ele nos apresenta “Um Pouco da História”, sobre a criação da entidade, por Alfredo Marques Vianna de Góes, no ano de 1966, e no verso uma alentada galeria de fotos dos seus fundadores. O livro de Josecé dos Santos traz a inscrição de “Os Imortais das Letras” e é dedicado a dona Yvonne de Oliveira Silveira e seu eterno companheiro Olintho Alves da Silveira.

Os versos de cordel de Josecé dos Santos, assim como as suas belas canções, são admirados pelos intelectuais da terra de Montes Claros de Formigas. “É a nossa Academia/ Montes-clarense de Letras/ nasceu em sessenta e seis/ já pensando na colheita/ treze sócios de primeira/ treze assentos nas cadeiras/ treze punhos nas canetas...”. A seguir ele canta e encanta o leitor com o seu arrebatamento de carinho e ternura, a cada confrade da instituição acadêmica de nossa terra. O olhar compassivo de Josecé dos Santos lhe dá crédito para o elogio, uma vez que a sua observação somente tende enricar as letras na literatura de cordel de Montes Claros e região. 

No Brasil, a literatura de cordel ficou conhecida por volta do século XVIII, com o nome de poesia popular. Inicialmente o poeta explorava fatos regionais da história, do folclore e da política, de maneira simples, que possibilitava o entendimento das pessoas mais coerentes com a realidade do povo sertanejo. Enquanto no velho mundo eram os “trovadores” que faziam as trovas de amor e de amigo. Aqui, no sofrido nordeste brasileiro, foram os “repentistas” que as divulgaram em livretos de cordel nas ruas, nos largos e nas feiras das cidades, todos pendurados em linha de algodão, para a apreciação das pessoas. 

Hoje, no quadro de associados do Instituto Histórico e Geográficos de Montes Claros, existe uma plêiade considerável de poetas populares. Vejamos, pois: Amelina Chaves, Carlos Renier Azevedo, João Nunes Figueiredo, Dário Teixeira Cotrim, José Walter Pires, o próprio Josecé Alves dos Santos e o representante maior de todos nós, o insigne cantador de viola Teófilo Azevedo Filho (Téo Azevedo).

Josecé Alves dos Santos é baiano de Juazeiro. Veio para Pirapora onde passou boa parte de sua infância e adolescência. A influência do Velho Chico foi primordial na construção dos seus influentes cordéis. Finalmente veio para Montes Claros, onde casou e constituiu uma bela família. Foi vencedor do 1º Festival de Música Popular de Pirapora, com a belíssima canção ribeirinha “Gaiola”, sua marca registrada. 

No Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros ele ocupa a cadeira de número 82, que tem como patrono o saudoso escritor-cronista Nelson Vianna. “Obrigado Academia/ de Letras és imortal/ Montes Claros te abraça/ de maneira especial/ nessas águas mergulho/ grito forte, tenho orgulho/ de viver nesse arraial...”. Obrigado, digamos nós a você, mestre e amigo, pela sua obra que muito nos enaltece e muito nos causa bem-aventurança! Um amplexo de coração!


 

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por