Grotão

23/04/2020 às 00:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:20

Pode-se dizer que o acadêmico João Valle Maurício foi o mais completo cronista de Montes Claros. Pode-se dizer, com certeza, pois as suas crônicas estão hoje condensadas em livros preservando a história de nossa terra e da nossa gente. Montes Claros é uma cidade de sorte, de muita sorte, pois ela ainda tem a presença de João Valle Maurício nas bibliotecas públicas municipais, nas escolas municipais e estaduais, nas livrarias e, sobretudo, nas residências onde há somente um único livro seu. Mas, infelizmente, Montes Claros não tem a “Casa de João Valle Maurício”, o que é uma pena. Entretanto, tem os seus leitores e admiradores que estão, a cada dia, mais ávidos de suas belíssimas crônicas.

O livro “Grotão”, de março de 1962, traz prefácio do eminente confrade Luiz de Paula Ferreira. “Grotão é, pois, um festival montes-clarense, claro, solar. Nele, os que como eu conheceram essa Montes Claros do passado, já legendária, participarão jubilosos. E para aqueles que não tiverem conhecido a nossa Montes Claros. Grotão representará a obra de arte eternamente válida, que fixa o espetáculo esplêndido das imaginações prodigiosas”.

Em Grotão, o autor fez questão de convidar o artista plástico Konstantim Christoff para ilustrar a capa do livro. Aliás, não foi somente este livro de Maurício que teve capa de Konstantim. As duas edições do livro “Rua Vai Quem Quer” e as edições seguintes – “Taipoca”, “Pássaro na Tempestade” e “Beco da Vaca” – também tiveram as suas capas com ilustrações do mestre pintor.

Já se sabe que não é possível concluir um bom livro, desde os tempos remotos ao modernismo da internet, se junto com a escrita o autor não trouxer o melhor entretenimento para os seus leitores. Os livros de Maurício têm a história de Montes Claros com a diversão necessária para transportar o leitor do presente ao pretérito sem sequer haver um só cochilo. Pois, quem escreveu uma obra como “Grotão”, certamente que experimentou os cimos da literatura brasileira e, apesar dos poucos livros que em vida publicou, é de fato um grande cronista.

A memória do eminente confrade da egrégia Academia Montes-clarense de Letras, João Valle Maurício, está imortalizada nos anais da entidade, em vista do seu trabalho como presidente da mesma. Também, em vista disso, o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, para prestar-lhe uma justa homenagem, denominou a Cadeira de número 59 com o seu nome.

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