Cordel de João Figueiredo

13/02/2020 às 09:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:37

Recebi, com muita alegria, duas produções literárias do confrade João Nunes Figueiredo, em literatura de cordel: “O Mestre Eurico Violeiro”, uma referência cultural na comunidade de Espigão de Cima e de toda a região. Segundo o autor “a produção deste cordel foi feita a partir de dados levantados em entrevistas com várias pessoas que conheceram o personagem, cuja trajetória aqui é narrada” e “Oliveira Lêga”. Nota-se que o cordel sextilha é a forma mais usual e aqui o leitor pode observar a riqueza dos versos de João Figueiredo. Vejamos: “Eurico Pereira Ramos / Homem temperamental / Vivia para as festas / Tinha um dom musical / Entregava-se às folias/ Agitador cultural”. Ou, ainda: “A sega que aqui relato / Do edil Oliveira Lêga / Contada em depoimento / Que do próprio a mim chega / Fala do que ele sofreu / Da política pelega”.

Sabemos que as primeiras publicações do cordel no Brasil ocorreram no Nordeste, em especial na cidade de Recife, no meio/fim do século XIX, e que teve com pioneiro o poeta Leandro Gomes de Barros. Aliás, o primeiro folheto foi lançado no ano de 1870, escrito por Silvino Pirauá de Souza, também no Nordeste brasileiro. Em Montes Claros, o cordel ganha força com os livretos de João Nunes Figueiredo. Todavia, o primeiro cordelista montes-clarense foi o saudosíssimo Cândido Canela, que não produziu folhetos pendurados em cordões, senão dois robustos livros em literatura matuta. Hoje, o cenário se enriquece com os trabalhos literários de Téo Azevedo, Carlos Renier Azevedo, Josecé Alves dos Santos, Jason de Morais, Dário Teixeira Cotrim, Edson Andrade, além de outros não menos importantes. Para falar sobre esta importante obra de Figueiredo, é salutar iniciar em versos de cordel, então, assim eu arisco em fazer: Os cordéis de Figueiredo / Têm estórias que são belas / Você pode ler sem medo / Pois nunca falam balelas. / Narra o caso do arremedo / Contra o Lêga nas novelas. 
O poeta João Nunes Figueiredo é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, onde ocupa a Cadeira de número 99, que tem como patrono o jornalista Waldemar Versiani dos Santos. Tem dezenas de livros publicados e é um apaixonado pela literatura de cordel. Parabéns, confrade Figueiredo, e muito sucesso nesta nova empreitada. Um amplexo!

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