Canudos: a oração e o combate

09/10/2018 às 23:15.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:53

A poesia de cordel é, sem dúvida, a expressão literária que mais representa o povo brasileiro. Ela é capaz de transmitir a suave musicalidade das letras e de fazer desabrochar na alma e nos corações dos leitores uma beleza ímpar de sentimentos, tornando-os dessa forma os agoniados matutos muito mais humanos e muito mais felizes. Assim, os poetas do sofrido sertão brasileiro, em especial os nossos queridos sertanejos, fazem do cordel o lenitivo para as nossas dores, para as nossas desilusões e também para o nosso encantamento poético que cria raízes com o sentimento pátrio.

O sertanejo é, antes de tudo, um forte (Euclides da Cunha)

Pois bem, se assim fazem os poetas, assim fez o eminente historiador Telito Rodrigues de Souza que escreveu o livro: “Canudos _ A oração e o combate”, um documentário interessante sobre o sanguinário episódio político-religioso e que levou muita desgraça ao povo baiano pelo fanatismo nas pregações do profeta Antônio Conselheiro. Uma história contada antes pelo ilustre jornalista Euclides da Cunha, com as minúcias dos fatos narrados na sua influente obra “Os Sertões”, destarte mediante depoimentos conclusivos e, outrossim, da conjuntura atestada em documentos manuscrito da época. Aqui, o poeta Telito narra com extrema sabedoria, falando sobre Antônio Vicente Mendes Maciel, vulgo Antônio Conselheiro, e da fundação da cidade de Belo Monte (Canudos).

Nos capítulos posteriores são registrados os vários combates de uma dissimulada hostilidade sem ter vencedores, onde ao final o comandante Artur Oscar manda publicar, na Ordem do Dia, a seguinte mensagem: “Viva a República dos Estados Unidos do Brasil! Está terminada a Campanha de Canudos. Desde ontem que os batalhões das forças expedicionárias passeiam suas bandeiras sobre as ruínas de cidadela com a consciência do bem haverem cumprido o seu dever!” Este livro é um trabalho que fica, no presente, para a posteridade.

Então, para ilustrar o seu trabalho de pesquisa, o poeta Telito catalogou vários depoimentos de pessoas influentes na Cultura Brasileira e, em especial, na literatura de cordel. Dentre muitos deles aqui citados, destacamos o cantor Bule-Bule, que em belos versos disse: “Volta logo Conselheiro que Canudos sente a falta dos seus momentos de meditação”. O livro tem na capa uma belíssima ilustração do artista plástico Aires Machado e prefácio do poeta cordelista Carlos Neves de Freitas. Pegando um gancho na sua pequena biografia, feita por Renilda Ferreira Cazumbá, informo ainda que “Telito Rodrigues de Souza é baiano da cidade de Antônio Cardoso, professor de história e pesquisador da cultura popular sertaneja, publicou várias obras sobre o assunto.

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