A Estrelinha de Ruth

06/11/2021 às 00:07.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:12

Hoje eu terminei de ler o belíssimo livro de estórias a “Estrelinha de Chinelo”, obra da nossa confreira Maria Ruth das Graças Veloso Pinto. Um livro bem gostoso de se ler. Esta é, certamente, a obra literária infantojuvenil do momento atual na nossa literatura. Esse volume de 120 páginas, despretensioso e simples, impresso com o selo da Editora Unimontes, representa lídimo esforço de sua autora no sentido puro e elevado de valorizar a nossa literatura infantojuvenil em todos os seus segmentos.

Montes Claros vai de “vento em popa” na produção de livros e similares, principalmente de livros para os leitores jovens. A obra “Estrelinha de Chinelo” é a comovente história da inocente menina Marie Louise. No seu prefácio, a acadêmica Thaise Maria Dias nos informa que nos limites das coisas impossíveis esta obra é uma verdadeira caixinha de joias para as nossas bibliotecas. Disse-nos, ainda, que “felizmente, há sempre alguém como Marie Louise, personagem vivaz do livro ‘Estrelinha de Chinelo’, que busca ver com os olhos de alguém que enxerga com o coração a condição humana”.

É por isso que, ao pessimismo dos desanimados, ou dos esnobes, preferimos o otimismo contido em “Estrelinha de Chinelo”, com a jovem simpática e inocente Marie Louise. E, também, ao refúgio dos egoístas preferimos o companheirismo responsável, sério e aventureiro, ainda que no verdor dos tempos, do jovem e sonhador Iaco.

Ora, prezado leitor, é preciso não encontrar defeitos onde não há defeitos para serem encontrados. Por um lado, é necessário que afastemos de vez essa ingrata e atormentadora descrença do imaginário contido nos livros infantis. Pois, é preciso mergulhar na ideia da escritora Ruth das Graças (Maria Ruth das Graças Veloso Pinto) e viver, conviver, reviver as empolgantes histórias da carochinha, fato este que era tão comum nos nossos tempos de menino das traquinagens.

Por outro lado, as belíssimas e vivas ilustrações de “Estrelinha de Chinelo” nos transportam, com enorme delicadeza, para o mundo do faz de conta. Os traços contidos na capa criam expectativas e aguçam curiosidades na certeza do sentimento e do belo.

Para a acadêmica Ruth das Graças é muito triste ser triste! Partindo deste princípio é que ela cria história e estórias para os mais pequeninos e, também, para nós idosos. Sabemos bem que a autora sempre se coloca no papel de uma criança sonhadora e responsável, contando em seus livros as aventuras do ponto de vista de um pequeno devaneador de sentimentos, aqueles que não compreendem as atitudes inadequadas dos adultos. Para isso, ela utilizou a inocência, a meiguice e a persistência de sua personagem para escrever as suas memórias e finalizou: “fechou Maria Louise o caderno onde registrava a sua história. Os olhos marejados de lágrimas denunciavam a afeição que havia brotado nela ao escrevê-la. Uma coisa era certa. Os ideais de Marie Louise eram recompor o seu planeta, poderiam não ter êxito, mas poderiam sim, contribuir para renovar o nosso, pois sentia que, um dia, publicariam sim esta história, e tinha ainda a esperança de ver luzes faiscarem nas mentes e nos corações de tantos, que como ela Marie Louise, 
são também eternos construtores de pessoas, muito mais que das coisas”.

Assim, dizia o poeta Jorge de Lima que: era um dia uma princesa que vivia num castelo, que possuía um vestido com os peixinhos do mar. Entrou na perna dum pato e saiu na perna dum pinto, a Ruth das Graças me mandou que vos contasse mais cinco. Parabéns Ruth das Graças Pinto!

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por