Vai pegar fogo!

Artur Leite, professor e jornalista
19/06/2017 às 23:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:09

Tive o privilégio de no final de semana conversar com alguns políticos que estão em Brasália, e dentre eles o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe, que esteve cumprindo na cidade um compromisso social, e a deputada federal Raquel Muniz. Questionados sobre o clima político em Brasília, os dois, que por orgulho de Minas Gerais não estão em nenhuma ação das autoridades que tratam da operação Lava Jato, confirmam que o presidente Rodrigo Maia está fazendo de tudo para cumprir a agenda positiva do Congresso e votando as pautas mais importantes como as reformas trabalhistas, da previdência e em breve da política. Lamentam que, em algumas situações, a interpretação de órgãos de imprensa e da sociedade como um todo às vezes misturam os políticos corruptos com os que estão cumprindo os seus mandatos sem nenhuma mancha. Mas quero também registrar o artigo de Vittorio Mediole, prefeito de Betim e articulista de um jornal matutino da capital mineira, que tão bem tratou e analisou as declarações do empresário Joesley,Grupo JBS, que jogou mais ainda “farinha no ventilador” de algumas autoridades. O jovem milionário não mediu palavras para denunciar a organização criminosa que se instalou na capital brasileira. Vamos à leitura:

“Para termos um vislumbre da organização criminosa velada pelas siglas partidárias que se apropriam da riqueza do país, é imperdível a leitura da entrevista à revista “Época” (Globo) do execrado Joesley Batista. Se nem tudo que ele revela pode ser aceito como verdade, e se podemos desconfiar de interesses pessoais, as afirmações se encaixam na sequência de desastres e escândalos que levaram o Brasil ao fracasso, com quatro anos de abismal recessão e tristeza. Ele, um dos mais eloquentes representantes dos “insaciáveis” - como insaciáveis foram Eike Batista e Marcelo Odebrecht - adulterou o sistema republicano numa cleptocracia perversa, e, assim, do alto de sua experiência, emitiu frases que não deixam indiferente nem o mais curtido delinquente deste Brasil. A frieza de Joesley, que não gasta uma palavra a mais nem uma a menos para descrever os torpes bastidores de Brasília, pinta o conchavo dos poderes que asfixiou o país. Mostra como as leis, de alguns anos pra cá, assim como a fiscalização exercida pelo Congresso Nacional, criaram paradas obrigatórias para surrupiar as caravanas.Transcrevo aqui, não por prazer, algumas revelações de Joesley, que se encontra no beco cuja saída será entregar os crimes consumados para aliviar sua pena.“Há político que acredita que o simples cargo, que ele está ocupando, já o habilita a você ficar devendo favores a ele, e (ainda) pedir algo a você de maneira que seja quase uma obrigação você fazer os favores”. Continua: “É o grupo deles (do Eduardo Cunha e companhia). Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muito perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então, meu convívio com eles foi sempre os mantendo a meia distância: nem deixando eles aproximarem demais, nem deixando eles longe demais, para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele”.

Avançando: “O mais relevante foi quando Eduardo tomou a Câmara. Aí virou CPI para cá, achaque para lá. Tinha de tudo. Eduardo sempre deixava claro que o fortalecimento dele era o fortalecimento do grupo da Câmara (PMDB e aliados) e do próprio Michel. Aquele grupo tem o estilo de entrar na sua vida sem ser convidado. O Brasil parece ter sido dominado por aves de rapina, psicopatas dissociados do dever com a nação”.

VAI PEGAR MAIS FOGO AINDA!


 

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