Segurança pública: um problema que deve ser enfrentado com sinergia

21/06/2017 às 01:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:10

Segurança pública é um dos temas que mais preocupa a população. Os altos índices de criminalidade já denotam a fragilidade das forças policiais e colocam em xeque o debate sobre a polêmica lei do desarmamento. Foi comprovado que desarmar a população não contribuiu para a redução da violência e fez com que o cidadão se tornasse refém em sua própria casa. No entanto, a gênese desse problema não se deve aos desdobramentos da atual crise político-econômica, apenas. Muito antes disso, o Estado brasileiro foi omisso na elaboração de políticas públicas efetivas voltadas à fiscalização, repreensão e ao combate do crime organizado.

Tal fato, permitiu o crescimento do crime organizado, chegando ao absurdo de líderes de facções criminosas, mesmo presos em presídios tidos como de segurança máxima, ordenarem ataques contra cidadãos e agentes públicos No Estado de Minas Gerais, por exemplo, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, das 40 cidades mais populosas fora do perímetro da região metropolitana, a violência aumentou em 29 delas, se compararmos o ano de 2016 com relação a 2015. Diante da notória falta de entrosamento e cooperação entre as polícias militar e civil, e a polícia federal, a delinquência ganha cada vez mais espaço. Essa ausência de sinergia e eficiência proporciona o ambiente propício para o mundo do crime. Tal fato foi o responsável pelo surgimento de ações paralelas à atuação estatal, mais conhecidas como grupos de extermínios e milícias. Como se não bastasse, a lacuna gerada pela ausência das forças policiais fez com que surgissem nos últimos anos uma infinidade de empresas do ramo da segurança privada, deixando nas mãos de particulares o papel que cabe ao Estado, como é o caso de fiscalização de ruas residenciais e comerciais. Essa realidade mostra que o empresariado já não confia tanto na máquina estatal.

Não resta dúvida: se queremos tornar eficazes as instituições de segurança pública é preciso que haja uma grande mudança na sua estrutura. Como podemos exigir comprometimento de tais profissionais se os seus salários estão defasados e não raras vezes atrasam? A logística para cumprirem o seu dever é outro grande problema, haja vista que as viaturas estão sucateadas, e os equipamentos e armamentos mais parecem brinquedos de criança, se comparados ao potencial bélico dos marginais. É nesse contexto que a corrupção se engendra nas corporações. Direitos cidadãos como saúde, educação, saneamento básico, moradia, cultura, dignidade e justiça social, sem dúvida alguma são importantes ingredientes para a redução da criminalidade. Creio que se houver entrosamento dos diferentes segmentos da sociedade com as entidades públicas e os diversos conselhos municipais, teremos uma chance, de fato, para iniciarmos um grandioso processo de redução da delinquência. Ações isoladas se mostraram insuficientes para vencer esses obstáculos. O sistema prisional, que deveria ressocializar, acaba formando pessoas mais violentas. O relatório do Conselho Nacional de Justiça mostra: superlotação, falta de condições sanitárias, número expressivo de presos provisórios e a morosidade da Justiça, são desafios a serem superados. Os governos têm que trabalhar rápido e em sintonia. Não queremos que o Brasil se transforme na Síria, onde a guerra civil já dizimou milhares de pessoas.

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