Duplicação, recuperação e manutenção da BR-251: uma questão de vida

05/07/2017 às 00:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:23

A BR-251, oficialmente conhecida como Rodovia Júlio Garcia, é uma das rodovias mais movimentadas do País e a principal para o transporte de cargas. Passa pelos estados da Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e o Distrito Federal. Tem aproximadamente 1.515,2 km de extensão e apresenta problemas de conservação em vários trechos, muitos deles não asfaltados ou até mesmo não implantados. O trecho entre o distrito de Pedra Grande (Almenara) e Montes Claros está entre os mais perigosos do estado e apresentou o segundo maior crescimento no número de vítimas entre as rodovias federais que passam por Minas Gerais. Do jeito que está, a BR-251 é uma ameaça à vida. 

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, as péssimas condições da rodovia fizeram com que, em 2016, cerca de 600 acidentes com 70 mortes fossem registrados no trecho que liga Montes Claros à BR-116, no Vale do Jequitinhonha. O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) considera que 40,3% da via não estão em boas condições. Dias atrás a 251 novamente foi cenário de tragédia. Um ônibus que saiu de São Paulo capotou na altura de Salinas. Morreram 11 pessoas, entre elas um bebê de dois meses, e outras ainda estão hospitalizadas.

A BR-251 precisa muito mais do que duplicação. Necessita de obras de manutenção, recuperação e 3ª faixa. Em Montes Claros, temos o segundo maior entroncamento rodoviário do País e um tráfego que assusta os motoristas mais experientes. Atrasar o início das obras é o mesmo que prolongar o sofrimento dos seus usuários. Em alguns trechos, no meio da rodovia, é possível até plantar. O barro tomou o lugar do asfalto. De Montes Claros a Salinas existem 210 km de desrespeito e periculosidade. Dirigir naquela região é quase uma aventura macabra.

Uma das principais causas de acidentes fatais nas estradas do País são as colisões frontais durante ultrapassagens em pistas simples. As duplicações de rodovias em Minas e a privatização de rodovias federais, com cobrança de pedágio, não conseguiram resolver o problema. Minas deveria ter mais 500 km de pistas duplas se fossem respeitados cronogramas estabelecidos quando anunciadas as concessões no Estado, em 2013. Licenciamento ambiental e liberação de financiamentos são alguns dos entraves.

Espero que a liberação dos R$ 38 milhões que nós tanto cobramos do Ministério dos Transportes para recapear os 70 quilômetros da BR-251 possam amenizar a situação. Esse foi apenas o primeiro passo. Duplicação da BR-251 já, em nome da vida.

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