Diversão ou ameaça

28/11/2017 às 08:47.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:55

A tecnologia mudou muito a vida das pessoas em inúmeras áreas. Uma dessas mudanças significativas vem acontecendo no mercado de entretenimento e, em especial, entre o público mais jovem. A forma como nos comunicamos, o jeito de consumir conteúdo, o compartilhamento de histórias diárias e, claro, a forma como ouvimos músicas e assistimos filmes. 

Na intenção de não incomodar as demais pessoas, muitos jovens e adolescentes, principalmente, se utilizam de fones de ouvidos, o que em primeira análise pode até parecer uma prática cidadã e educada. No entanto, o fato é que tais práticas têm proporcionado alguns transtornos comportamentais e de saúde. 

O alerta foi feito pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. Segundo a entidade, já há perda na audição por causa do volume muito alto dos fones de ouvido, e em alguns casos a situação chega a ser irreversível. O próprio Código de Trânsito Brasileiro também proíbe que o ciclista e o condutor de veículo trafeguem conectados ao fone de ouvido, por colocar em risco a atenção e a coordenação motora.

As estatísticas de trânsito comprovam que inúmeros pedestres já sofreram acidentes, inclusive fatais, simplesmente porque estavam conectados ao fone de ouvido quando deveriam estar atentos aos sons externos das ruas.

Uma dica simples, mas eficaz, é o monitoramento do volume desses aparelhos. Se o ouvinte estiver a um metro da pessoa e ouvir o que ela está escutando ou assistindo, provavelmente terá uma perda de audição gradativa e silenciosa ao longo dos anos. De acordo com especialistas, a essa distância não se deve ouvir nada do que vem dos fones de ouvido. 

Não há orientação melhor do que baixar o volume. Já houve uma proposta de projeto de lei no Congresso Nacional para que esses equipamentos tenham controle máximo de volume reduzido, mas ele não foi aprovado.

A questão é relevante e ao mesmo tempo preocupante. Para se ter ideia da gravidade do tema, o dia 10 de novembro é comemorado o Dia da Prevenção e Combate à Surdez. Nessa data acontece a Campanha Nacional de Saúde Auditiva, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde auditiva. O próprio Conselho Federal de Fonoaudiologia afirma que o uso do aparelho auditivo não previne a progressão da perda de audição, apenas estagna, mas não melhora.

O problema é tem atual que foi tema da redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano – “Desafios para a Formação Educacional de Surdos no Brasil”. No caso do estudante, por exemplo, depois que ele fica surdo, é mais difícil incluí-lo em sala de aula do que um que tenha deficiência física.

Assim, utilizemos os fones de ouvido de maneira correta, obedecendo as orientações dos especialistas para que eles não se tornem uma ameaça, quando deveriam ser apenas objetos de descontração e entretenimento.

Cuidemos da nossa saúde!

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