Conclusão da barragem de Congonhas

19/12/2017 às 00:54.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:19

A crise hídrica é uma triste realidade em muitas cidades brasileiras e preocupa tanto a população quanto os governos nas esferas municipal, estadual e federal. No caso de Minas Gerais, o Norte do estado vem amargando terrivelmente com esse problema. Na intenção de dar respostas mais eficazes aos seus habitantes e, de fato, pôr um fim a métodos arcaicos e paliativos (carros-pipa, poços artesianos e tubos), criamos, em junho de 2017, em conjunto com outros Parlamentares do norte de Minas e do Nordeste, a Comissão Externa da Crise Hídrica, da qual sou coordenadora.

Nesses seis meses de muito trabalho, realizamos várias audiências públicas, visitas externas para avaliar os níveis dos reservatórios e das barragens, e definimos estratégias para amenizar os transtornos da crise hídrica que já bateu a nossa porta.

Recentemente estivemos no município de Montes Claros e visitamos a barragem de Juramento. Percebemos que as chuvas na região não estão sendo suficientes e o reservatório precisa de um reforço. Estamos certos que a barragem de Congonhas tem todas as condições para resolver o problema de Montes Claros e de outros municípios vizinhos. Segundo a própria Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Promotoria de Meio Ambiente daquela municipalidade, a obra garantiria o abastecimento pelos próximos 50 anos.

O projeto para execução da barragem de Congonhas, uma das três barragens estruturantes da revitalização do São Francisco, já foi licitado três vezes e retirado do orçamento. Sua retomada significa garantir a segurança hídrica do norte de Minas. 

No entanto, não podemos perder o foco de algumas medidas emergenciais que havíamos definido, entre elas a adutora do Pacuí, que fica pronta em agosto de 2018. De acordo com a Copasa, é a forma mais viável de captação de água para Montes Claros, que já sofre com o rodízio no abastecimento.

Há poucos dias realizamos em Brasília, a 9ª reunião da mencionada comissão. Chegou-se ao consenso de que realmente a conclusão da barragem de Congonhas é uma das medidas imediatas para conter a crise hídrica no Norte de Minas Gerais. Após sua conclusão, beneficiará 500 mil mineiros em 89 municípios.

Em 2018, estaremos presentes no Fórum Mundial das Águas, a ser realizado em Brasília. Estou esperançosa para que consigamos sensibilizar os bancos internacionais, com relação à crise hídrica em Minas Gerais, pois existem locais que há estão em desertificação. 

Atualmente, a principal fonte de captação de água para abastecimento de Montes Claras é a barragem de Juramento, que está com 26% de sua capacidade, o que é muito baixo. Segundo ainda a Copasa, são necessários 885 litros por segundo para que o município saia do colapso, mas hoje capta-se apenas 370 litros por segundo daquele reservatório, mas irá baixar para 250 litros.

Não há saída. A barragem de Congonhas é a solução, pois, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), teria capacidade para armazenar 600 milhões de metros cúbicos de água e estaríamos livres de ameaças hídricas.

Mas não podemos nos esquecer: a questão da crise hídrica tem jeito e ela depende de cada um de nós.

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