As festas juninas estão chegando. Bora?

29/05/2018 às 01:48.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:19

É tempo de festa na roça em todo o Brasil. Comida típica, a comunhão em torno da fogueira, dança de quadrilhas e fogos de artifício são alguns dos atrativos de uma das maiores festas populares do país: as festas juninas. Realizadas geralmente no mês de junho, esses eventos são a verdadeira ferramenta de preservação da cultura popular nacional.

As comemorações juninas remontam ao século 12 e têm origem nas festas pagãs. Os povos daquela época já acreditavam que a celebração à deusa Juno (considerada a protetora do casamento, do parto e da mulher) proporcionaria fartas colheitas. Chegou, portanto ao Brasil, com a aristocracia portuguesa e foi usada pela Igreja para disseminar suas crenças religiosas. Ganhou características próprias por conta da influência da cultura indígena e africana, transformando-se em festa do povo, sobretudo na região Nordeste do Brasil, cujo viés das festividades é a celebração aos santos, uma prática quase vital para muitos.

Os colonizadores portugueses e os padres jesuítas, quando aqui chegaram, depararam-se com as tradições indígenas de preparação do solo para o plantio, que também tinham como intuito uma safra abundante. Exatamente nessa época, os índios também já tinham esse costume de fazer as festas nesse período.

Porém, essa prática tem mudado ao longo dos anos, haja vista que muitas quermesses (festas religiosas) não estão mais associadas aos santos católicos, mas, sim, à comida, pois entendem que o alimento é um importante elemento de identidade. Mas a Igreja Católica, no entanto, não via com bons olhos essas festas populares e começou um processo de incorporação dos festejos, vinculando-os ao calendário litúrgico. Aos poucos a festa indígena vai dando lugar à festa cristã, tendo como seu protagonista a figura de São João Batista.

Em Minas Gerais não é diferente. Em todas as cidades mineiras a tradição está enraizada nos costumes da população. Nesta época do ano, o cheiro das comidas típicas, a poeira subindo e o colorido das bandeirinhas dão uma sensação maravilhosa. Não há nada mais gostoso que curtir uma noite de inverno comendo doces e outras delícias tão comuns nesta época do ano. Daí o sucesso das festas juninas no nosso estado.

É o encontro secular de culturas. Com sotaque francês, as palavras anarriê, changê e otrefoá trazem à tona lembranças das danças vindas da corte, um dos pontos altos das comemorações, e que festejam ainda três santos dos mais populares da Igreja Católica: Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29).

Em Montes Claros, por exemplo, há grande expectativa de que as vendas impulsionem novamente o comércio local. Muitas pessoas aproveitam esse momento para mostrar os seus talentos e ganhar um dinheirinho. A maioria dos estabelecimentos comerciais já está preparada para atender o enorme público que visita a cidade todos os anos. Canjica, vaca atolada, beiju, arroz doce, pé de moleque, quebra queixo, chá de amendoim, quentão, entre outras maravilhas, são presenças garantidas nas festas mineiras.

Não há como negar: as festas juninas fazem parte da cultura brasileira e, especialmente, da nossa terra. Eita trem bão!

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