O que deveria ser uma jogada de marketing acabou causando certo mal-estar em Montes Claros. A decisão da engenharia política do prefeito Humberto Souto de convidar a imprensa para assistir à sua vacinação contra o coronavírus acabou dividindo opiniões e criando um clima negativo em vários setores. Confesso que não tenho uma opinião formada sobre a questão. O certo é que o Programa de Vacinação do Governo define que nesta primeira fase seriam vacinados trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas, ficando as pessoas acima de 75 na segunda fase.
Qual o critério?
A dificuldade em criticar ou elogiar a decisão da Prefeitura de Montes Claros em publicitar a vacinação do prefeito Humberto Souto está justamente por não concordar com os critérios do governo que, na minha opinião, são políticos. Colocar no primeiro momento os trabalhadores da saúde, entendo ser justo. Entretanto, o simples fato de ser indígena ou quilombola, por si só, não explica nem justifica. Se o critério fosse por grupo de risco seria sensato. Neste caso, entendo que idosos acima de 75 anos e policiais que estão também na linha frente deveriam ser priorizados.
Novela Interlagos
Caminha para transformar em novela a recuperação da Lagoa do Interlagos, situada na região Norte de Montes Claros. Construída na administração do prefeito Antônio Lafetá Rebelo para ser um dos cartões-postais do município, hoje o local está abandonado, tomado por tábuas e mato. Recentemente, o deputado estadual Tadeuzinho (MDB), hoje aliado da administração, acusou a prefeitura de ter recebido recursos destinados por ele para ser aplicado naquele logradouro, o que até hoje não aconteceu e ninguém mais fala no assunto.
Dinheiro da Covid
Sem a intenção de colocar dúvida com relação à idoneidade dos responsáveis pela área de saúde em Montes Claros, sou de opinião de que o setor deixa dúvidas no momento em que não informa à população a aplicação de centavo por centavo dos recursos que estão vindo do governo para o enfrentamento da Covid-19. Aliás, a aprovação de novos recursos deveriam acontecer mediante prestação de contas. Até onde sabemos, o cofre da prefeitura para o combate à pandemia está cheio e não sabemos como está sendo aplicado.
Cisrun e os prefeitos
A eleição da nova diretoria do Cisrun Macro Norte (Samu Regional) não pode e não deve ser entendida pelos prefeitos como uma disputa de interesse de parlamentares, que tentam fazer do consórcio um puxadinho. É preciso lembrar que a entidade lida com a vida das pessoas e não é de bom grado que o voto seja objeto de troca por promessas de maquinário ou emenda parlamentar. Se tal proposta vem acontecendo nos bastidores, serve apenas para mostrar o caráter de quem propõe.