Indução ao erro

09/10/2018 às 07:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:52

Numa eleição estadual, ou nacional, o cientista, ou analista político, não tem outra forma de mostrar a tendência do eleitorado e as chances de cada um dos candidatos, se não através das pesquisas de intenção de voto, divulgadas pelos principais institutos do país. E foi justamente erros grosseiros que induziram os profissionais da área a fazerem projeção fora da realidade. Podemos apontar vários exemplos mas, não com tanto erro como aconteceu em Minas. Os institutos apontam a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado, com 29% das intenções de voto, contra 15% de Carlos Vianna (PHS), segundo colocado. No final das contas, o resultado apresentou Rodrigo Pacheco (DEM) em primeiro e Vianna em segundo, ficando Dilma na quarta posição, atrás de Dinis Pinheiro (SD). A própria votação do candidato ao governo Romeu Zema (Novo), primeiro colocado no Estado, foi uma desmoralização dos institutos.
 
Justificativa
Para tentar explicar o inexplicável, proprietários dos principais institutos de pesquisas do país atribuíram os erros grosseiros aos impactos das redes sociais. Também justificaram dizendo que foi a mudança rápida de comportamento do eleitor, a opinião volátil, a crise política e a falta de indefinição. Sem querer fazer qualquer tipo de insinuação, carrego o pensamento do erro intencional. Como pensar não é crime, continuo pensando assim.
 
Previsão
Que houve uma mudança radical no pensamento do eleitor, isto é fato. Entretanto, os levantamentos na qualitativa, feitos pelos institutos, deveriam ter feito essa leitura. O voto quantitativo, de fato, não mostra com clareza mudanças radicais. Entretanto, quando a pesquisa procura saber sobre o pensamento do eleitor em relação ao processo é possível prever a mudança de rumo do eleitorado.
 
O que houve?
Ontem recebi diversos questionamentos em relação à votação dos deputados do Norte de Minas, em especial na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ainda não foi possível fazer uma leitura mais profunda sobre a questão. Entretanto, ficou clara a insatisfação geral do eleitorado. Basta dizer que o único dos deputados estaduais da região que teve acréscimo na votação foi Tadeuzinho (MDB). O restante conseguiu ser eleito, mas com queda significativa na votação. O momento não é de buscar culpado, mas de fazer uma avaliação sobre o processo.
 
Fenômeno Leninha
Tem muita gente, até mesmo do meio político, considerando a eleição da professora Leninha (PT) como a grande surpresa do processo. Se tomarmos como base a sua votação em 2016, como candidata a prefeita de Montes Claros (36.030 votos), mais os trabalhos de coordenação em ONGs, entidades e movimentos sociais, ligados ao PT, seriam a resposta. Em Montes Claros foi a mais votada com 22.500 votos e com o restante da região, somou 51.407. Aliás, ela esteve à frente de programas do governo na região, a respeito de cisterna para todos e outros, além de movimentos na igreja católica.

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